quarta-feira, 8 de julho de 2009

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM PASSERIFORMES


AVANÇOS NA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL NOS PÁSSAROS


Alfonso Babra Garcia - Espanha


INTRODUÇÃO


Há alguns anos publiquei um trabalho sobre o mesmo tema, baseando me em provas experimentais efetuadas no meu aviário e em informações recebidas sobre a mesma prática realizada habitualmente com uma alta taxa de êxito pelos japoneses de Osaka, em importantes instalações habilitadas e dedicadas à reproduções e criação "industrializada" de canários, a maioria dos quais eram exportados para os Estados Unidos. Naquela ocasião os resultados foram muito pobres e, inclusive, não consegui a diluição do líquido seminal, pelo que foi uma rnera prova de que com escassos meios era possível a inseminação artificial em pássaros de gaiola. Como nesta temporada de reprodução eu tentei e consegui a inseminação com dois lotes de três fêmeas cada um, com sémem já diluído e que não perdeu seu poder fertilizante, eu passo a divulgar este tema que, embora não sendo ainda uma prática importante na ornitologia amadora, aponta para um futuro não muito distante possibilidades práticas e positivas diz o Dr Sanchez Algaba que "dentro do campo da reprodução animal, um dos temas que cobram dia-a-dia maior importância e difusão e, sem sombra de dúvida, a inseminação artificial, pois sendo uma ciência relativamente jovem, se tem extendido por todos os países do mundo devido às vantagens que representa, desde três planos fundamentais:

- Econômico, Sanitário e Genético".

Penso que usando de uma terminologia muito concreta, a Inseminação Artificial nos Pássaros, não é outra coisa que uma manobra consistente na obtenção, diluição e introdução de líquido seminal no aparelho genital da fémea, medianteo emprego de instrumentos e técnicas não naturais, que envolvem uma série de manipulações relativamente complexas que vão desde o recolhimento do sêmem até suaaplicação no interiorda cloaca da fêmea. Entre as vantagens de Inseminação Artificial em uma utâpica ornitologiadetutum, cabe desta caras seguintes.

1 - Eliminar grande número de doenças infecciosas, que se trasmitem no ato do acasalamento.

2 - Evitar a necessidade de alojar, cuidar e alimentar um elevado número de machos, possuindo em seu lugar um número superior de fêmeas.

3 - Permitir a fecundação de fêmeas, separadas por distâncias relativamente apreciáveis. Com sêmem capaz de melhorar ou introduzir novos caracteres nas linhagens de criação.

4 - Usar sêmem de machos de Raças e Variedades de Pássaros, dos que exista, um limitado número de exemplares


MATERIAL E MÉTODOS


É evidente que para conseguir êxito na prática da inseminação artificial em pássaros, é imprescindível possuir a garantia absoluta de que o macho do qual se vai extrair o sêmem é fértil, que não é portador de doençça infecciosa, que não transmita malformações congênitas, nem transtor nos no comportamento animal.

Necessariamente deve usar-se como sujeito "doadores" machos adultos com no mínimo dois anos de vida, que tenham demonstrado em ciclos anteriores de reprodução natural sua capacidade fecundante e uma descendência sanítariamente correta sem taras físicas. A fertilidade de um pássaro, com a de outro qualquer animal, esta motivada por uma cadeiade influências ambientais, sanitárias, alimentícias, de manejo etc. E a qualidade do sêmem por contagem de espermatozóides sofre influência do repouso ou atividade sexual a que se tem submetido o macho. A capacidade fertilizante do sêmem está motivada em função da morfologia, quantidade e mobilidade dos espermatozóides.


COLHEITA DE SÉMEM

Esta manobra requer ser efetuada por duas pessoas, devido a sua relativa complexidade, já que consideramos esta operação como um ponto primordial dentro do processo geral da Inseminação Artificial. Se utilizará um macho excitado sexualmente, colocado em uma gaiola isolado, desde que possa observar a presença próxima da fêmea em cio. Com a maxima hígiene possível, para evitar qualquer risco de contaminação seminal, coloca seo macho em posição decúbito supino, o que permitirá estimular-lhe mediante a ação de uma suave massagem digital de baixo do ventre chegando até o órgão copulador, atuando sempre no sentido unico na direção do esterno para a cloaca.

Quando se observar que a ejaculaçao está próxima, se empurra a cauda para adiante para consegura emissão do sêmem, que aparece como uma pequena gota de líquido algo gelatinoso.

Se recolhe rapidamente com um pequeno tubo de vidro ou um porta objeto de microscópio que esse tem em total estado de esterelização.

Este mecanismo é complicado e laborioso, reconriendando-se que o macho tenha sido previamente habituado a estar imobilizado na mão e ao contato digital no ventre já que em caso contrário torna-se muito difícil consguir a ejaculação.


DILUIÇÃO E DURAÇÃO DO SÉMEN


Aparece entao a dificuldade da manipulação da pequena quantidade de sêmem obtido, já que se deve atuar com rapidez. As soluções salinas não sao apropriadas para sua diluição e conservação. Os melhores resultados se obtêm com soluções de açucares simples como a glicose, a frutose e o manitol, dissolvidos a 5% usando como veículo água previamento fervida e mantida a 4 graus centígrados; com isto temos conseguido:

a) aumentar a quantidade do Iíquido fertilizante a 1cc;
b) chegar a manter sou poder fertilizante:

c) controlar e diminuir a viscosidade dos sêmens, facilitando a penetracão dos espermatozúides no oviduto.

Estamos convencidos de que contando com os meios idôneos próprios de um Laboratório ou Centro especializado, há de ser possível congelar e manter adequadamente o sêmen de pássaros, como se faz atualmente com o de aves domésticas de uso alimentar humano, já que se congela a temperaturas de menos 35 graus centígrados para arrnazenarlos e transportá-los posteriormente em nitrogênio liquido a menos 196 graus centígrados.


MANOBRA DA INSEMINAÇÃO


É uma pratica que requer normalmente a intervenção de duas pessoas, uma que atuaman tendo a fêmea em posição de decúbito supino, isto é, como ventre para cima. Só se deve manipular fêmea em cio com dilatação abdominal, que se chegue a presumir a postura de ovos em um prazo aproximado de saio dias depois da inseminação.
A manobra a realizar consiste em efetuar uma suave pressão digital no baixo ventre na zona próxima à cloaca, como que se consegue um prolapso parcial desta, momento em que, com uma pipeta de 0,1cc, se insere uma quantidade aproximada de 0,02 ml ou mais da diluição seminal.

Em seguida se suprime a pressão na região citada, com o que a cloaca se fecha e volta à posição normal, momento em que se coloca a fêmea na gaiola de criação.

Para realização destas práticas, sem dispor de meios sofisticados, temos empregado fêmeas já tenham efetuado a primeira postura e fêmeas adultas de dois anos de vida; os resultados são parecidos com ambos lotes.


CONCLUSÕES


Atuando de forma rudimentar que acabamos de descrever temos conseguido inseminar dois lotes de três fêmeas de canário, com o semen de uma só ejaculação, obtendo uma média de 2 a 3 ovos fecundados na maioria das fêmeas, com um resultado negativo reiterado com uma mesma fêmea em três ocasiões.

As fêmeas têm construído seus ninhos normalmento, têm realizado postura de 4 a 5 ovos, têm incubado perfeitamente, os embriões eclodem e os filhotes tem sido alimentados e desenvolvem se com toda normalidade.

Não temos conseguido a ejaculação, apesar de reiteradas tentetivas, com um macho de Pintassilgo da Venuzuela, o que atribuímos à sua resintência em permanecer seguro pela mão.

É portanto possível a realização da inseminação artificial em pássaros de gaiola, se bem que consideramos uma utopia para o momento a implantação deste método em criadouros amadores. Deve ser positivo se realiza em instalações "industrializadas" como as que temos referências que existem no Japão, confirmação que tentaremos realizar através da AIO

- AMICALE INTERNATIONALE ORNITHOLOGIQUE, mediante a colaboração do nosso colega nesse país.

Por tudo isto nos atrevemos a postular de que em um futura não muito distante, se possa e se empregue o plasma germinal de pássaros, inclusive com fins ecológicos em espécies em vias de extinção ou para facilitar a difusão de Mutações, especialmente as de herança ligada ao sexo.

BIBLIOGRAFIA

Dr. Pedro SANCHEZ - ALGABA GIL - Veterinário - Tesis

Doctoral - publicada por C.S.l.C. e outras observações Manuscritas especialmente para o autor.

MERCK Sharp & Dhone Intercontinental - New Jersey -USA


FONTE: http://aviarioangelcabrera.com/articulos/inseminacionartificial.htm

Um comentário:

  1. Interessante descrição dos métodos,mas será que com os curiós funcionariam, devido ao excesso de manipulação das aves? Acredito que somente após atigirem alto grau de domesticidade, qual a opinião dos outros leitores?
    Abraços,
    Levi Oisiovici

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