sexta-feira, 18 de setembro de 2009

BOLETIM Nº 04 - MAIO DE 2003



BOLETIM DO CRIADOURO CAMPO DAS CAVIÚNAS - Nº 4 - MAIO DE 2003 - REDATOR: Dr. JOSÉ CARLOS PEREIRA
RUA JOAQUIM DO PRADO, 49. CRUZEIRO/SP. TELEFAX 0xx12 5443590 - drjosecarlos2000@uol.com.br


AS YERSINIAS



Há um grupo de bactérias chamadas enterobacteriáceas porque vivem no intestino (entero = relativo ao intestino), principalmente no cólon, embora possam também colonizar outros habitats. Têm a forma de bacilos (bastonetes), vivem em ambiente com oxigênio (aeróbias) ou sem ele (anaeróbias facultativas), fermentam a glicose produzindo ácidos e gases, possuem cromossoma com duas hélices de DNA e algumas apresentam flagelos que facilitam a movimentação. Resistem ao ambiente ácido do estômago e ao ambiente alcalino, detergente (determinado pelos sais biliares) e rico em enzimas do intestino delgado. Algumas são apenas comensais e outras podem ser extremamente patogênicas como as Salmonellas, as Shigellas, a Edwardsiella, o Citrobacter e a Yersinia. São resistentes a muitos agentes físicos, mas podem ser mortas pelo calor de 54.5O C por uma hora ou 60O C durante15 minutos. Permanecem viáveis alguns dias na temperatura ambiente ou nas baixas temperaturas e durante semanas no esgoto, alimentos secos, agentes farmacêuticos e material fecal. São bactérias de grande plasticidade genética que permite viverem em vários habitats.


Usando-se os antígenos somáticos O e H, foram catalogados seis biotipos e mais de sessenta serotipos da Yersinia enterocolitica e seis serotipos maiores e seus subtipos da Yersinia pseudotubeculosis. A incidência é alta nos países escandinavos e no norte da Europa, mas pode haver subdimensionamento do problema em outros países. Elas são móveis a 25O C e imóveis a 37o C, crescem bem, embora lentamente em meios de cultura não seletivos como o agar sangue, mas o meio de cultura rotineiro usado nos laboratórios para essas bactérias é o agar MacConkey; multiplicam-se numa ampla faixa de temperatura de –1O C até 45O C. Já foi isolada no solo, na água fresca, em alimentos como carne, leite e vegetais.


As yersinioses são doenças enzoóticas (epidêmicas entre animais) em várias espécies animais como roedores, pássaros, anfíbios, peixes, mariscos e animais domésticos, como o cão, o gato, o boi, a cabra e, principalmente, o porco. São também zoonóticas, pois, podem ser transmitidas dos animais ao homem. São determinadas por enterobactérias do gênero Yersinia, sendo as patogênicas para o homem a Y. pestis (praga), endêmica entre roedores e transmitida ao homem por picadas de pulgas, a Y. enterocolitica (principalmente os serotipos 0:3, o 0:5, o 0:8 e o 0:9) e a Y. pseudotuberculosis. Em vários estudos baseados em exames de fezes diarreicas provocadas por bactérias, as Yersinias apareceram em quarto lugar, sendo somente ultrapassada pelas Salmonellas, pelo Campylobacter e pela Shigella. Os grandes surtos da yersiniose no mundo foram determinados pela contaminação da água, de alimentos, do leite fresco ou mesmo pasteurizado. Na Bélgica, onde culturalmente há grande consumo, a carne de porco contaminada é causa de muitos surtos da doença. Uma lingüicinha, um lombinho, um pezinho de porco são acepipes dos deuses, mas, se não houver cuidado com a qualidade do produto, o final pode ser uma fria e pouco confortável cama hospitalar. Até o momento, não foram descritos portadores sãos na disseminação das Yersinias. As incidências maiores de serotipos diferentes na Europa e América do Norte ainda não foi bem explicada, embora sejam possibilidades fatores genéticos populacionais e variedades diferentes das bactérias.


A Y. enterocolitica manifesta-se geralmente por diarréia com fezes que podem conter catarro e sangue e, mais raramente, ser líquidas, dor abdominal em cólica, náuseas e/ou vômitos e febre. A diarréia pode durar de um dia a alguns meses. Em alguns casos pode surgir vermelhidão pelo corpo. Raramente essas bactérias podem atingir outros órgãos como as meninges, o fígado e os pulmões. Artrite reacional não é rara. Algumas vezes pode haver infecção sem sintomas. A transmissão se dá principalmente pelo consumo de alimentos ou água contaminados, mas pode acontecer de pessoa a pessoa, inclusive da mãe contaminada para os recém-nascidos. A síndrome de Reiter (artrite, conjuntivite e uretrite) pode ser encontrada em alguns caos. Além da via fecal-oral, a bactéria pode ser transmitida mais raramente por transfusões de sangue contaminado ou pela inoculação direta através da pele. A sua ação se dá por ação de genes encontrados nos cromossomos ou nos plasmídios (fora do núcleo) que determinam a produção de proteínas que facilitam a adesão das bactérias às células intestinais e sua invasão, conferem a resistência aos mecanismos de defesa do organismo e determinam a produção de toxinas. Nos ambientes ricos em ferro, como acontece nas pessoas que sofrem múltiplas transfusões e nos hemodialisados, a difusão pelo sangue da Y. enterocolitica, mais raramente a Y. pseudotuberculosis, é mais intensa e rápida.


A Y. pseudotuberculosis provoca quadro clínico caracterizado por febre, dor abdominal que pode ser difusa ou localizada no quadrante inferior direito do abdome, o que, leva muitas vezes à confusão com apendicite.

E daí, será que esse negócio dá também nos nossos passarinhos? Dá sim, e não é tão raro. É bem provável que alguns pássaros que morreram sem o dono saber a causa tenham sido vitimados por essa bactéria


Todas as espécies de aves estão sujeitas às infecções pelas Yesinias sendo que algumas, como os tucanos, são mais suscetíveis. A Y. frederiksenii, a kristensenii e a intermedia já foram isoladas de algumas espécies de aves, mas a sua patogenicidade ainda não está comprovada. Barra pesada para as aves é a Yersinia pseudotuberculosis e, dos seus seis serotipos, o 1 é o mais freqüentemente isolado. Em aves urbanas soltas, como os pombos, a Y. tuberculosis já foi encontrada em muitas. Fica dando quirerinha para pombos perto do seu aviário e verá onde o calo aperta. Ela é endêmica entre aves no norte e Europa central, de onde chegaram aos Estados Unidos, Austrália, África e Canadá, coincidentemente locais mais comuns também da Y. enterocolitica, principal Yersinia parasitária do homem. Diferentemente do que ocorre com o homem, em alguns países europeus muitos pássaros livres são portadores sãos, fonte importante da disseminação da doença. O criador mais atento já deve ter percebido que da África, da Austrália e da Europa central vêm ou vinham a maioria dos pássaros alienígenas (eta palavrinha porreta, sô); portanto, a quarentena deles deve ser bastante controlada.


Pode ter uma evolução muito rápida com a morte do pássaro antes mesmo de surgirem os sinais da doença. Na fase aguda o pássaro apresenta-se letárgico (indiferente e/ou sonolento), dispneico(dificuldade para respirar), com diarréia e desidratação (perda de água do organismo). Com a evolução, na fase sub-aguda ou crônica, a ave torna-se emaciada(emagrecimento pronunciado), definha cada vez mais, com paresia (paralisia parcial ou temporária) ou mesmo paralisia dos membros. Às vezes, surge inchaço na junta do tarso que pode caminhar para deformidades crônicas (olha aí, Ivan, mais uma causa de dificuldade de apoio dos nossos passeriformes). Vários trabalhos mostram a intensidade da falta de ar dos canários antes da morte. Logo de cara pode ser notado aumento do baço e do fígado e a presença de exudatos nas cavidades como a pleural e a pericárdica. Um quadro patológico marcante na fase aguda são os pequenos abscessos bem demarcados e cinzas encontrados no fígado, baço, pulmões e rins. Os granulomas (tumor formado por tecido de granulação), parecidos com os encontrados na tuberculose, são achados das fases crônicas e encontrados em vários órgãos e na musculatura esquelética. Nos passeriformes, mormente nos canários, podem ser encontradas ulcerações na parede intestinal (duodeno), no ventrículo (estômago muscular ou moela) e no proventrículo (estômago glandular). A infecção pode atingir os ossos (osteomielite). Em alguns pássaros pode ser notada barriga d’água (líquido na cavidade peritoneal ou ascite). Nos exames histopatológicos são notadas áreas de necrose determinada pela coagulação sangüínea e sinais trombóticos e inflamatórios das paredes venosas (tromboflebite). Essa área necrótica, como é clássico nos tratados de histologia, é invadida por células inflamatórias facilitando a formação de granulomas.


Há possibilidades do isolamento da bactéria em laboratório, mas, num grande número de casos, até chegar o diagnóstico laboratorial o pássaro já morreu. Daí serem essenciais a grande sensibilidade clínica e o conhecimento da doença por parte do veterinário. Havendo suspeita, devem ser feitas tentativas de isolamento da bactéria. Se houve mortes, as carcaças devem ser meticulosamente examinadas e tecidos e humores colhidos para exames. O tratamento dos pássaros que tiveram contato com o doente evita a disseminação da Yersinia pelo criadouro.


Tudo é muito bonitinho no papel. Na prática a coleta do material nem sempre é possível, nem todo laboratório está apto para realizar os exames e os custos são altos para a maioria dos criadores. Portanto, mais uma vez fica claro que vale a pena investir na profilaxia, pois, ela é mais factível de ser feita na prática, não exige grandes conhecimentos e cabe no bolso de todos.


Principalmente nos casos mais graves o tratamento deve ser parenteral. Os antibióticos aos quais as Yersinias são mais sensíveis são os aminoglicosídeos, a cefotaxima, a tetraciclina, o cloranfenicol, além do quimioterápico sulfametoxazol-trimetoprima; geralmente elas são resistentes às cefalosporinas de primeira geração e às penicilinas. Nunca é demais afirmar, o tratamento deve ser sempre orientado pelo veterinário. Os criadores devem exercitar o seu lado Adão fogueteiro (segundo a minha avó, pessoa que tenta fazer algo para o qual não está capacitado) nos cuidados profiláticos.


Como a via principal de disseminação da doença é a fecal-oral, os cuidados profiláticos são basicamente os mesmos seguidos para as outras Enteobacteriáceas.


As Yersinias podem atingir o homem vindo dos animais (zoonose) e vice-versa para não ser injusto com os nossos pássaros. Portanto, além da importância do seu controle no plantel, as atitudes do criador passam a ter um sentido social mais amplo.


O controle é relativamente fácil. O principal modo de transmissão é o fecal-oral: saída dos parasitas pelas fezes, contaminação do meio-ambiente e entrada pela boca. Desconhecer esse princípio básico é dar mole para o bandido.


Especificamente, alguns cuidados podem ser tomados pelos passarinheiros para evitar que o seu criatório (criadouro. Na verdade, ainda não achei uma boa e definitiva palavra para definir o local onde são criados pássaros) torne-se foco exportador e importador de Enterobactérias:


- Lavar rigorosamente as mãos com água e sabão, sabão mesmo, esfregando as unhas com uma escovinha antes de manusear as frutas, as hortaliças e a água que serão fornecidos aos pássaros. As mãos devem ser lavadas, sempre com água e sabão, antes e depois de manusear pássaros ou os utensílios.


- Lavar rigorosamente, com água e sabão, frutas e as hortaliças que serão dadas aos pássaros e enxágua-las muito bem. Podem ser deixadas por alguns minutos em solução de água e vinagre ou de hipoclorito de sódio, não se esquecendo de enxaguar copiosamente antes de dá-las aos pássaros. Pela simplicidade creio que o lavar as mãos, as frutas e as hortaliças já será uma grande ajuda no controle desses parasitas.


- Oferecer aos pássaros somente água, no mínimo, filtrada. A água fervida seria mais seguro, desde que seja mantida no fogo pelos menos durante 20 minutos após levantar a fervura. Os mesmo cuidados devem ser tomados com a água para os banhos dos pássaros. Esfregar bem os bebedouros para remover o biofilme líquido que fica na superfície e que pode albergar muitas bactérias.


O ideal seria ter jogos de dois bebedouros para intercalá-los diariamente, possibilitando a secagem completa de um dia para o outro do que não estiver sendo utilizado. É bom lembrar que as Enterobacteriáceas adoram uma água, sendo mesmo conhecidas como bactérias dos meios líquidos e, para elas, qualquer filmezinho líquido é um piscinão de Ramos. Lavar, se possível de maneira individualizada, os utensílios também com água filtrada. Se for possível, pelo menos uma vez por mês, ferver os utensílios resistentes à fervura, principalmente as grades e as bandejas do fundo da gaiola. Se for organizada uma rotina, mesmo nos criatórios maiores as atividades profiláticas serão relativamente fáceis. Alguns criadores que dão sementes germinadas aos seus pássaros devem ter cuidado com a água usada para provocar a germinação. O mesmo cuidado deve-se ter com a água usada para umedecer as farinhadas.


- A manutenção higiênica do prédio onde está instalado o criatório deve ser diária, evitando o acúmulo de dejetos e restos alimentares. Ter um jogo de mangueira, pazinha de limpeza, baldes, botas, vassouras, rodos, cestos de lixo, etc. somente para dentro do criatório. Se existirem mais de um ambiente, um jogo para cada um. Verão que vale a pena o investimento. O uso de detergentes e outros produtos de limpeza bactericidas deve ser feito com orientação técnica. Aqui não cabem improvisações. Ainda advogo o uso de vassouras de fogo tendo, é lógico, cuidado para não colocar fogo no prédio e nos pássaros. Sempre usei esse procedimento no canil e é tiro e queda. Nunca houve problemas com parasitas externos e, de quebra, elimino alguns parasitas internos que teimam em viver algum tempo fora do organismo. É método de fácil execução, rápido e não tem ação residual como os produtos químicos. Com técnica adequada não danificará paredes, desde que não se fique com o fogo muito tempo num só lugar como estivesse assando um churrasquinho, e, creio, poderá ser usada nas gaiolas de arame vazias. Tendo-se o cuidado de tirar os pássaros do ambiente, isolando-se as partes combustíveis das instalações, evitando-se a presença de líquidos inflamáveis, etc., o método é seguro. Aconselho procurar informações com alguém que já tenha alguma experiência para não cometer erros de principiante.


- Tratar as fêmeas com yersiniose é essencialíssimo pela possibilidade delas infectarem verticalmente os filhotes.


- Tratar os machos galadores infectados, pois, por ser comum usá-los com várias fêmeas (poligamia), poderão contaminar o plantel numa proporção geométrica. Não tenho qualquer dado sobre o assunto, mas seria esperada maior possibilidade de contaminação dos machos, devido às grandes aberturas do bico durante os cantos, pela poeira contaminada.


- Manter em observação e isolados todos os filhotes nascidos de mãe e/ou pai contaminados. Os gaiolões com muitos filhotes funcionariam como creches ampliando a disseminação da bactéria. No caso das Yersinias, todos os pássaros que tiveram contato com o doente devem ser tratados.
- Não caia naquela de dar antibióticos com finalidade profilática. São muito poucos os casos em que o uso profilático de antibióticos tem valor comprovado. E a yersiniose não é um deles. Fazendo isso você estará criando cepas resistentes da Yersinia, um problema para a sua própria família e para os seus pássaros. Cepas resistentes de uma bactéria que se propaga facilmente num canaril são pragas de sogra (só um xiste, porque a minha era ótima, não tenho queixas).


- Muito cuidado com as fezes das aves. O papel do fundo da gaiola deve ser trocado diariamente. O costume de colocar várias camadas de papel não é bom, pois, o filtrado da parte líquida fecal pode levar os parasitas para a folha de baixo (lembrar que estamos lidando com seres microscópicos). Deve ser usada uma folha de papel e a bandeja deve ser limpa diariamente e colocada ao sol (para isso, seria bom ter, pelo menos, duas bandejas por gaiola). Individualizar as bandejas para evitar usar bandeja usada em gaiola de pássaro contaminado em a gaiola de pássaro não contaminado, criando, assim, condições para disseminação da infecção pelo criatório. Se você usa areia na bandeja, tenha muito cuidado, pois, se não houver troca constante e higiene impecável, será um meio propício para manutenção dos parasitas.


- Muito cuidado com as gaiolas usadas para manter os machos ou levá-los aos torneios. Como ficam a maior parte do tempo fora do criatório, têm maiores possibilidades de ser depósitos de parasitas. São feitas de madeira, com muitos detalhes e têm muitas saliências e reentrâncias que facilitam a vida dos parasitas e dificultam higienizá-las. E, na maioria das vezes, não possuem grade separando a bandeja dos pássaros como acontece com as gaiolas de criação. Creio que, num futuro próximo, poderão ser substituídas por gaiolas feitas somente de arame.


- As vasilhas contendo sementes, farinhadas, minerais e água devem ser colocadas de modo a evitar que sejam atingidas pelos jatos evacuatórios dos pássaros. Inspecioná-las diariamente e, se estiverem sujas com excrementos, desprezar o conteúdo e higienizá-las.


- Muito cuidado com os poleiros. Devem ser colocados de maneira que não possam ser sujos pelas fezes, pois, pelo hábito das aves limparem o bico neles após alimentarem-se, a contaminação será fácil.


- Cuidado especial com pássaros trazidos de fora do canaril, mesmo que seja somente para uma galadinha. Fazer quarentena nem sempre é praticável. Se o galador vier de canaril que mantenha boas condições higiênicas tudo fica mais fácil. Seria ótimo os donos dos bons pássaros galadores manterem os pássaros em ótimas condições de higiene física, social e até mental, pois, eles podem representar um boa fonte de renda para abater nas despesas do criatório.


- Com as aves adquiridas para compor o plantel a quarentena é obrigatória, a não ser que venham de criatório que mantenha rígidas condições de controle sanitário do plantel. Creio que a quarentena de três semanas seja suficiente para a maioria das doenças infecciosas. Não trazer o pássaro em gaiolas do criatório de onde o adquiriu. Manter o pássaro entrante fora das instalações que albergam o plantel. O ideal seria uma pessoa para cuidar somente dele e que não tivesse acesso ao criatório. Se não, usar luvas ou lavar rigorosamente as mãos, com água e sabão, após o trato e cuidados com os utensílios da ave em quarentena. Todos os utensílios, produtos alimentares, vassouras, pazinhas, cestos de lixo, etc. devem ser mantidos separadamente dos usados para o plantel. Ponto de água para lavar os utensílios separado. Muito cuidado com os excrementos. A quarentena deve ser para valer ou nem vale a pena ser feita.


- Cuidado com os machos que vão a torneios ou a outros criatórios para coberturas. Seria interessante ter uma gaiola somente para torneios e outra para a manutenção do pássaro no criatório. Um apresentador de cães do nosso canil colocava nas guias dos cães que iam às exposições uma fitinha vermelha do Senhor do Bonfim; foi bom porque nenhum cão voltou contaminado das expos. Cuidado porque cavalo não desce escadas, como dizia o famoso colunista social carioca.


- Levar água filtrada e/ou fervida quando for a torneios, evitando dar ao pássaro água da torneira sem as condições higiênicas seguidas no criatório. Se esquecer, é preferível dar água de garrafa tipo natural. Nem para o banho deve ser usada água do local dos torneios.


- Cuidado com a água do banho dos pássaros. Deve ser, pelo menos, filtrada e, sempre que possível, fervida. Tirar a vasilha logo que o pássaro terminar o banho.


- Algumas vezes os parasitas podem ser trazidos para o criatório pelas patas de pássaros, como os pardais, ou das moscas. Telar as janelas, portas e as aberturas para a ventilação é medida heróica. Não deixar lixo ou restos de comida expostos é essencial porque eles atraem pássaros, moscas e predadores, inclusive ratos. E, nos casos de Yersinia, cuidado especial com os ratos, hospedeiros muito freqüentes do parasita. Muitas plantas também são atrativos para os pássaros soltos visitarem o canaril.


- E sol, amigos, pois, onde entra o sol não entra o médico, ou o veterinário, como dizia minha avó. Locais escuros, muito quentes e úmidos jogam para os bandidos.


As medidas profiláticas são econômicas e, tornadas rotinas, de fácil execução. Servem também para evitar muitas outras doenças que infernizam os criadores, como as determinadas por outras bactérias intestinais (Salmonella, Escherichia e Campylobacter) e pelos protozoários intestinais.







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