sábado, 22 de agosto de 2009

ENTREVISTA: JOÃO BAPTISTA FORLANI FILHO


Olá caros leitores, dando prosseguimento à série de entrevistas que anunciamos anteriormente e que pretendemos por em prática neste nosso espaço, apresento a vocês o nosso amigo e convidado João Baptista Forlani Filho, residente em São Paulo e o único pentacampeão brasileiro existente pela Febraps na principal categoria Praia Grande Clássico Com Repetição, detentor de quatro troféus "Ana Dias - Curió do Século", com a incrível façanha de ter em 2003 sido o campeão e vice-campeão na categoria acima com os Curiós Big Brother e Valente, ambos com a mesma pontuação ao final. Confira a inédita entrevista abaixo:



CC&T - João Baptista, quando começou o seu envolvimento com os curiós e os torneios ?



JB – Durante 10 anos fui passarinheiro de todos os pássaros, tive de Bico de Pimenta preto a Tangará da Serra, em 1994 conheci meu primeiro Curió, era mateiro, ganhei de presente de um amigo de meu irmão. Após alguns meses troquei por um de Canto Praia e foi com ele que ganhei experiência de competição.


Meu primeiro torneio foi em Iracemápolis 7º lugar no Clássico sem repetição em seguida 2º lugar em Ribeirão Preto na mesma categoria. Na época, senti de perto o desafio da competição e aprendi sozinho muitas coisas que ainda uso atualmente.


Naquele tempo, ao escutar um curió cantar, percebia quando ele errava, mas não sabia definir qual era o erro. Essa deficiência me deixava incomodado e resolvi pedir ajuda ao Sr. Olívio Nishiura para que me desse uma aula onde eu pudesse ler e escutar as notas do canto. Foram duas horas fundamentais em minha vida, a partir desse dia e, após escutar muito disco me senti mais confortável ao ouvir um curió cantar e saber exatamente como estava seu desempenho.



CC&T - Você obteve o seu primeiro Troféu Ana Dias nas temporadas de 1995 e 1996 com o Curió Jubileu de Prata e depois voltou a conquistar esse "Oscar" dos curiozeiros em 2002 e em 2003 com os Curiós Big Brother e Valente. Fale para nós um pouco desses curiós que tanta alegria lhe proporcionou, bem como faça um quadro comparativo entre as duas primeiras conquistas e as outras três que ocorreram após anos, sem deixar de lado essa importante trajetória que percorreu.



JB – JUBILEU DE PRATA - Em Jundiaí no ano 1994 fui assistir ao torneio e escutei um curió que as h 13:30 foi para a estaca, cantava meio canto, meio canto, um canto e se não bastasse ainda foi se banhar no bebedouro por várias vezes. Eu senti algo naquele pássaro e como eu já havia recebido o ensinamento para uma avaliação mesmo que superficial fui até seu proprietário e quis saber como ele cantava em sua casa. A resposta foi que ele chegava a passar de 2 a 3 cantos.


Na semana seguinte ele veio para mim, dos irmãos Mário e Ulisses da cidade de Jundiaí. Dei a ele o nome de Jubileu de Prata e na ocasião escutei no máximo 2 cantos, mas com muita qualidade. Esse pássaro foi meu grande mestre e em pouco tempo nos tornamos grandes amigos e ele se transformou em um repetidor valente que crescia muito nas competições.


Foi a sensação de 1994 e não teve competidor que pudesse tirar sua coroação. Já no ano seguinte as provas foram mais acirradas e a participação do curió Sena fez do torneio uma luta ponto a ponto.


Neste ano o defeito “Quim Toi” foi definido como grave e a penalidade era pesada. O Jubileu, quando estava frio, cometia esse defeito, mas suas outras qualidades eram incontestáveis.


Na época um dos meus concorrentes era o Valter proprietário do Sena e, nunca vou me esquecer do dia que ele resolveu competir em dois torneios, no mesmo dia.


Na ocasião ele foi a Cascavel onde foi o primeiro a se apresentar e partiu para a segunda prova. Com seu avião particular sobrevoou o local da prova de Curió em Ribeirão Preto, exatamente quando o Jubileu estava cantando. Coincidência ou não ele fez isso ,podem acreditar, muitas pessoas poderão confirmar. A passagem do avião em vôo rasante fez o Jubileu parar o canto enquanto todos falavam, “deve ser o Sena chegando”, e após o ruído do avião passar o campeão voltou a cantar, exatamente na nota seguinte do canto que fora interronpido, mostrando toda sua capacidade. Foi um aplauso total, após o resultado ser divulgado o Juiz, Renato da cidade de Franca me disse que nunca havia presenciado nada igual. Ganhar assim foi mais gostoso.


BIG BROTHER - Desde 1994 minha amizade com o Sr. Mário Beraldo criador da cidade de Araras era grande e sempre escutava dele; “será que ainda vou viver para ver um pássaro de minha criação ser campeão?”.Eu respondia; calma que seu dia chegará.


Em 2001 levei um pardo de sua criação (Big Brother) com 29 dias para minha casa. Ele havia sido criado no bico assim como todos da criação dele e com 8 meses já cantava tudo. Participei de alguns torneios com ele, mas resolvi preservá-lo, pois mostrava muito potencial para disputar o Clássico. Eu tinha projetos para o próximo ano e não saia da minha cabeça a frase do Sr. Mário Beraldo. Foi exatamente o que eu previa, com muita determinação participando de quase todas as etapas transformei eu, Big Brother e o Sr. Mário em campeões do brasileiro de 2002.


Assim, chegou o dia da celebração e do premio maior que um criador pode ter, ver seu trabalho chegar ao ápice da categoria mais valorizada e cobiçada, ser Campeão Brasileiro Clássico com Repetição. Em homenagem a ele, eu emoldurei a placa que ganhei da Febraps, em acrílico, e o presenteei. A todos que hoje o visitam, por ele é mostrada com muito orgulho.


No ano seguinte fiz uma permuta de um preto muito bom por um novo pardo, já assobiando, passando de 2 a 5 cantos mas ,muito firme de nota, um curió muito sério. Após o tempo de muda percebi que tinha dois grandes pássaros um mais guerreiro, daí seu nome Valente e outro mais melodioso e mais repetidor com um arranjo (balanço) musical excelente. Resolvi que iria participar com os dois no campeonato sabendo dos riscos de levar os dois no mesmo carro.


Mais uma vez, a determinação e a perspicácia de saber conduzir ambos sem que um prejudicasse o outro, me levaram a um feito inédito; de ter sido campeão com dois pássaros na mesma categoria. O critério de desempate que definiu o campeão não tirou o mérito do Valente em também ser Campeão. Na última etapa de 2003 em Araras eu poderia ter definido quem seria o campeão, mas deixei a natureza resolver quem seria e, com a classificação obtida nesse torneio os dois chegaram ao fim do campeonato com a mesma pontuação, fato inédito até hoje, um mesmo dono ser campeão com dois curiós na categoria Clássico com Repetição.



CC&T - Temos observado ao longo das últimas temporadas, que sempre que pode, está presente aos torneios oficiais do brasileiro nos prestigiando e observando atentamente as apresentações dos curiós e tudo mais que circunda os eventos. Desde que ganhou o primeiro Troféu Ana Dias para os dias atuais, o que pode dizer para nós, na sua opinião, que mudou, se algo mudou, nesse cenário dos torneios do campeonato brasileiro ? Nesse contexto estamos incluindo os curiós, expositores, juízes de canto, organização dos torneios etc.


JB – Muita coisa mudou.


- Primeiro : é notório que a qualidade dos pássaros vem crescendo ano a ano. Essa realidade é fruto em primeiro lugar do trabalho dos criadores que procuram os cruzamentos utilizando as características genéticas que contemplem maior percentual de aprendizagem e repetição, do aprimoramento da forma de criar, utilizando ambientes isolados e seguros proporcionando assim maior índice de acerto.


- Segundo : a dedicação dos participantes na continuidade do isolamento e no aprendizado do canto utilizando os meios mais modernos que são oferecidos em aparelhos, gravações, cabines etc.


- Terceiro : o aprendizado por parte do próprio curiozeiro, que a cada dia deixa de apenas perceber que o pássaro errou, mas se preocupa em realmente aprender o que e quando errou.

- Quarto : a organização dos torneios melhorou, mas ainda temos muito que percorrer. Precisamos fazer com que os expositores e demais participantes respeitem todos os seus concorrentes, deixando seus pássaros a uma distância adequada para que não interfira positiva ou negativamente nas apresentações. Hoje os competidores têm premiações importantes e não devem perder o respeito entre si, esse comportamento só elevará a categoria e motivará mais participantes a estarem nas competições. Não podemos esquecer de que o que há de mais belo, é o canto do curió e, independente de sermos competidores, devemos torcer sempre para que todos cantem o seu melhor. Devemos lembrar sempre que, o seu pássaro, é o melhor que você pode ter no momento. Todos devem ser respeitados.


- Quinto : quanto aos juízes, não podemos dizer o mesmo, pois eles estão se tornando raros e o volume de pássaros participantes com diferenças tão pequenas entre si tem deixado muitos possíveis candidatos a esse honroso papel não se candidatar a essa função. Se cada competidor se colocasse na posição de julgador e classificador, com certeza não iria querer encarar essa parada tão indigesta. Particularmente estou trabalhando nessa causa.


CC&T - A sua inédita e incrível conquista do campeonato em 2003 com os Curiós Big Brother e Valente, demonstra que aparentemente tens um perfil do curiozeiro detalhista, o que acreditamos que faz a diferença, ainda mais num cenário em que a competição cada vez mais é saudavelmente acirrada. Conte para nós, se possível, como foi essa verdadeira jornada de levar dois curiós ao topo, com mesma pontuação no canto Praia Grande Clássico Com Repetição numa mesma temporada, uma vez que é sabida a dificuldade de conduzir em um único veículo automotor e manejar dois clássicos nos torneios, sem que um atrapalhe o outro.


JB – Essa foi a grande dificuldade que enfrentei. Imagine fazer uma viagem a Ourinhos ou a Londrina levando duas feras em um mesmo carro. Nas provas próximas eu viajava no fim da tarde, início do anoitecer assim eu conseguia evitar que ambos cantassem no carro.


Ao chegar aos hotéis o Valente ia pra dentro do armário e naturalmente com as luzes quase sempre apagadas, ambos cantavam com facilidade com iluminação artificial. Quando as distâncias das cidades eram maiores, as viagens se tornavam mais complicadas, os dois gostavam de cantar no carro. Assim o Valente viajava sempre no porta malas com sua capa e mais duas toalhas, uma delas preta e o Big no banco ao meu lado, sempre monitorado para não cantar. No dia seguinte logo ao amanhecer um deles ia para o carro. Normalmente o que iria se apresentar primeiro eu definia em função de como eles estavam no dia anterior.


Após tomar meu banho e meu café da manhã me mandava para o torneio deixando o outro no hotel. Como eu fazia as inscrições deixando certo intervalo entre eles, apresentava um e corria para o hotel, fazia a troca e corria novamente para apresentar o outro.


Podem imaginar a loucura. Quando a ordem da chamada não era sequencial, eu ficava super ansioso e a tensão muitas vezes era passada para os pássaros.


Enfim, o resultado que obtive foi fantástico e uma grande realização e uma premiação que considero muito justa.



CC&T - O Curió Big Brother, se não estiver enganado, cantava um Selo Azul da Linha Ana Dias, e os Curiós Jubileu de Prata e Valente, o que cantavam? Eles vieram de Pardo para a sua mão? Quem foi ou foram os criadores e a genética deles ? Foi vc que como mantenedor fez todo o trabalho de encartamento ?


JB – Ambos vieram para mim enquanto pardos. O Big com 29 dias e o Valente com quase um ano. No ensinamento do Big Brother, iniciei com selo laranja padrão e depois alternava com azul. Isso deu a ele um balanço muito bom, ele tinha um merengue especial em seu canto. Filho do XEROX com Juma da criação do Sr. Mário Beraldo da cidade de Araras.


O Valente teve no Duílio (barbeiro de SP) seu primeiro professor e dei sequência ao que ele estava acostumado, selo prata pois, quando veio para mim ele estava prestes a entrar na muda para preto e não quis correr risco nenhum. Após a muda quando começou a cantar, ele escutou muito laranja e azul mas, não reproduziu o que o Big reproduzia. A colocação de nota do Valente era extremamente segura e raramente eu escutei ele errar nota. Seu criador foi o Milton do Taboão, o Valente era filho da Boneca Assassina (não preciso explicar o porquê desse nome) e de um curió de genética Soberano ele me surpreendeu muito pois, de 5 cantos de pardo ele chegou até a 16 cantos sem nenhum risco (Bauru de 2003), foi um show.


CC&T - Falando de encartamento, gostaríamos de saber de vc se há alguma preferência sua por algum Selo da Linha Ana Dias e qual o procedimento que costuma utilizar com sucesso nesse trabalho que se torna em muitas das vezes em verdadeira obra de arte, transformando em verdadeiros artistas os mantenedores, justamente porque cada caso é um caso e, em tese, não há como se estabelecer um padrão de manejo, salvo o básico.


JB – Eu já usei várias metodologias. Encartei muitos pardos com o Prata FH, Laranja e Azul sem contar naturalmente o básico Marrom.


Para usar o FH é preciso saber bem a genética da criação e se o pardo tem condições de pulmão para enfrentar esse estilo pois, muitos não sabendo desse detalhe, correm muitos riscos com o famoso QUIM TOI. Isso significa que como ele não tem condições físicas para essa dificuldade, procura uma alternativa para dar sequência ao canto encurtando o caminho, passando liso. Conversando com o Olívio sobre a grande incidência desse defeito no FH, dei uma idéia de acelerar o canto encurtando as notas para facilitar um pouco o aprendizado e ele me providenciou algumas opções com o canto mais acelerado entre 5% e 10% nascendo assim o atual FAST, hoje muito utilizado e com grande índice de acerto.


O que mais gosto e tenho obtido ótimo resultado é usar um estilo Laranja com algumas modificações e concluir com Azul também um pouco modificado.


Essa seleção forma um canto super clássico com muita melodia e um balanço incomparável.


O importante para ensinamento é o dono ter ouvido para perceber o que o curió praticamente pede; isto é, logo que as notas começam a ser definidas temos que estar atentos as suas dificuldades e procurar dar tempo a ele, mas sempre monitorando sua evolução ou involução.


Naturalmente cada um de nós tem poderes auditivos diferentes e percepções mais ou menos aguçadas, alem do controle da ansiedade e, isso faz a grande diferença. Independente desse gosto pessoal, estou novamente testando um Ouro que poderá me dar uma ótima surpresa, devo apresentar em breve.



CC&T - Depois dessas suas últimas importantes conquistas em 2003, vimos que apresentou um excelente Pardo em 2006, se não estiver enganado, que ganhou o famoso e cobiçado Torneio de Jundiaí na categoria com repetição. Esse curió depois foi transacionado com o saudoso Raul Toledo que depois dispôs do mesmo quando preto, sendo que nessa condição e nas mãos do novo dono, veio a se transformar no Curió RTC que conquistou na última temporada de 2008 o 3º Lugar no Praia Grande Clássico Com Repetição do Campeonato Brasileiro da Febraps, com igual pontuação do Curió Dragão que foi o Vice-Campeão.


Diga para nós a trajetória desse curió na sua mão, como o encartamento utilizado, a apresentação dele em Jundiaí e se depois de preto, em sua opinião, melhorou ou não na categoria de quando era pardo e estava sob os seus cuidados.


JB – Esse pássaro foi um fenômeno, muito precoce e como todo curió que se comporta assim, muito difícil de domar. Esse pardo, filho do Presente com a Xodó, foi criado pelo Rinaldo da cidade de José Bonifácio, ele já havia me dito que era uma criação muito forte e que eu deveria ter cuidado no processo de encartamento.


Peguei uma ninhada de dois irmãos e ambos pegaram canto, mas o Strike, como eu o chamei, foi o que saiu primeiro e, com 6 meses antes de sua primeira muda já tinha conquistado a prova nobre de Jundiaí.


Utilizei a sequência que já mencionei primeiro Laranja depois o Azul e, saiu o pardo mais precoce que já tive. Após o torneio fui assediado por várias pessoas, mas eu não queria dispor dele, minha intenção era competir no ano seguinte na estaca de Clássico.


Como eu tinha um grande apreço pelo Raul e já sabendo de sua condição de saúde resolvi ceder a suas tentativas. Mesmo a distância acompanhava a evolução do Strike. Depois da passagem do Raul, falando com seu funcionário, fiquei sabendo do estado de canto dele e o orientei a tentar retornar ao que ele era, pelo menos em parte conseguiu.


Quando escutei o ex Strike e atual RTC em Campinas 2008, pude constatar que já não era o mesmo de quando pardo, mas apresentou um excelente canto que lhe rendeu o 1º lugar disputando com todas as feras lá presentes.



CC&T - Diga para nós, está preparando alguma máquina para esta ou uma próxima temporada ?


JB – Como todo bom curiozeiro, eu sempre tenho coisa boa em casa mas, minha prioridade já não é mais correr campeonato e sim, vez ou outra, apresentar algum curió que penso valer a penas ser mostrado. Nem sempre o bom pássaro de casa é um bom competidor de estaca mas, sempre queremos mostrar o que temos de bom.



CC&T - O que vc poderia dizer para aquele curiozeiro que pretende ter o seu primeiro Curió Praia Grande Clássico ? Para aquele curiozeiro que pretende participar ou já participa de torneios e não tem obtido o sucesso pretendido na sua empreitada ?


JB – Aos iniciantes do Clássico, que tenham bastante humildade quando não conhecerem realmente o canto e procurarem se aconselhar sempre com algum amigo ou um orientador sério para ter certeza do que leva para sua casa e às competições.


Participar de um torneio não é tão simples e o sucesso é conquistado com um ótimo pássaro, muita determinação e muito cuidado, pois estragar é muitíssimo mais rápido do que encartar.


O dono de Curió competidor tem que conhecer bem seu instrumento de competição. Ele deve descobrir como melhor prepará-lo antes de sua apresentação; se gosta de escutar outro curió, se precisa de algum estímulo visual etc. Lembrar de que ele é apenas uma ave engaiolada e como canta para defender território e cortejar fêmea depende de seu dono para que possa se apresentar da melhor forma possível.


Essa talvez seja a maior falha dos competidores, não conhecerem os detalhes de seus pássaros. São esses detalhes que podem influir no sucesso de sua jornada.



CC&T - Por último, deixo o amigo à vontade para tecer as suas últimas considerações que gostaria de fazer.


JB – Primeiro quero agradecer a oportunidade de poder estar respondendo perguntas para seu Blog e dizer que você é um curiozeiro de detalhes e determinação, isso o faz um verdadeiro campeão.


Quero também aproveitar para informar a todos que eu e meu amigo Antonio Carlos, estamos praticamente concluindo um sistema informatizado de julgamento de canto que vai auxiliar em muito os juizes atuais na classificação dos competidores.


O que temos hoje é um critério de julgamento comparativo que deixa muitas vezes dúvidas quanto a precisão do resultado final onde o fator subjetivo muitas vezes prepondera aos técnicos.


Os torneios tendem a ter mais competidores e, seguindo as regras atuais, o tempo de canto deverá ser menor, assim , não sendo suficiente para que o Curió mostre seus dotes e imperfeições por completo.


Criamos um sistema em que são avaliados os quesitos qualitativos, VOZ, ANDAMENTO, MELODIA, ARRANJO E APRESENTAÇÃO DE CONJUNTO, e os quesitos quantitativos, onde serão apontados COLOCAÇÃO DE NOTAS E DEFEITOS ,QUANTIDADE DE CANTOS E DE CANTADAS do Curió.


O juiz nesse sistema será um real apontador se restringindo a conceituar os itens qualitativos e registrar os quantitativos, ele não se preocupará mais em dar nota, isso será função do sistema desenvolvido, que utiliza pesos para tudo e que faz a proporcionalidade dos erros cometidos pelo número de cantos e cantadas que o pássaro se expôs.


Isso significa que todos os competidores serão julgados por um único critério e as notas e classificações serão mais precisas. Assim erros como os ocorridos em Piracicaba com o curió Muralha não seriam contemplados; o sistema não deixaria isso acontecer.


Estamos trabalhando para no futuro podermos julgar 150 participantes divididos até em estacas diferentes, sem prejuízo do tempo de apresentação utilizando-se sempre o mesmo critério de julgamento e apontamento que o sistema possibilita. Gastamos muitas horas escutando gravações e analisando as formas de julgamentos atuais, chegamos a um programa de excelente dinamismo e coerência.


Ele será utilizado paralelamente aos julgamentos oficiais em minis torneios e em alguns oficiais (sempre que colaborarem) para que possamos juntamente com os juizes e mesários lapidar o sistema até que esteja pronto para os torneios oficiais de nossa federação.

3 comentários:

  1. BOA JOAO TOMARA QUE VC VOLTA COM BELO PASSAROS .UM ABRAÇO.

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  2. ola joao bom dia muito boasua entrevista parao blog do pessego .QUE VEM POR AI AGORA DE NOVO

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  3. domingo na praça do curio ele tava com duas feras apresentado agurde eleai pessoal .se reunimos la aos sabados e domingo compareça e veras.um abraço a todos

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