sábado, 11 de abril de 2009

COCCIDIOSE - CUIDADOS/SINTOMAS/PREVENÇÃO/REPRESSÃO

COCCIDIOSE EM CANÁRIOS
(Serinus canarius)

Dra Angélica Sharon
Médica Veterinária Homeopata Especializada em Aves
Criadora de Canários de Porte
Revista SOSM 2006
Arquivo editado em 19/02/2007

A Coccidiose é uma doença mundialmente distribuída em aves de produçăo (frangos), ornamentais( canários, periquitos...) e aves silvestres criados em cativeiro (bicudos, Curió, Trinca Ferro...). É um protozoário parasita do gęnero Eimeria, multiplica-se no trato intestinal, intrecelularmente, causando danos teciduais, com sintomas de anorexia, peito seco, reduçăo da absorçăo de nutrientes, desidrataçăo, perda sanguínea e aumento da suscetibilidade a outras doenças (Mycoplasma sp., Staphylococcus sp,...).

O agente etiológico divide-se em dois gęneros: Gęnero Eimeria, (acomete galinhas e faisőes) e gęnero Isospora (aves passeriformes, psitacídeos e outros). Săo parasitas altamente resistentes no meio ambiente, năo sendo destruído por nenhum tipo de desinfetante, somente por calor (vassoura de fogo).

CICLO DE VIDA

Espécies do gęnero Eimeria completam o ciclo de vida de um único hospedeiro, apresentando reproduçăo assexuada (Merogonia) e sexuada (Gamogomia) dentro das células do hospedeiro (estágio endógeno) e Esporogonia no meio exterior (estágio exógeno). Na maioria das espécies o hospedeiro desenvolve uma resposta imune protetora espécie-específica.

SINTOMAS DE COCCIDIOSE

Irăo depender do tipo de coccídia e sua localizaçăo no intestino das aves, apresentando maior ou menor grau de intensidade e dano tecidual.

Coccidiose duodenal (Intestino Delgado) – emagrecimento, caquexia (peito seco), despigmentaçăo da pele (canários de cor que năo pigmentam adequadamente) e a recuperaçăo é lenta (canários refugo).

Coccidiose no Intestino Grosso e Reto – diarréia mucosa até hemorrágica (castanha), mortalidade em torno de 10% em frangos (em canários năo se tem porcentagem conhecida, podendo ser maior que em frangos).

Coccidiose Cecal – a presença de coccidiose nesta porçăo do intestino é demonstrado pelos sintomas graves. Em geral as aves apresentam depressăo (sono, passam o dia dormindo), manifestam dor abdominal (respiraçăo acelerada muitas vezes confundida com problemas respiratórios). A ave apresenta-se arrepiada, asas caídas, dorso encurvado, olhos semicerrados e extrema palidez. A diarréia é castanha (hemorrágica).

Sintomas gerais – fezes pastosas ou com muco, diarréia desde amarela até com estrias de sangue ou preta (sangue digerido), alimento mal digerido, aumento excessivo de apetite, fęmeas suadas no ninho, pela umidade das fezes dos filhotes com diarréia, ninhos úmidos, cloaca suja, problemas de pele e muda. Os primeiros sintomas aparecem no quarto dia após a infecçăo, quando a segunda geraçăo de esquizontes liberam Merozoítos, ocasionando ruptura do tecido.
LESŐES

Em aves necropsiadas, retira-se o tubo digestivo e observa-se macroscopicamente a mucosa externa e interna. Para cada oocisto que é eliminado nas fezes corresponde a uma célula intestinal morta. Temos lesőes intestinais catarrais, hemorrágicas, necróticas em várias porçőes do intestino e em diferentes profundidades na parede intestinal.

DIAGNÓSTICO

A coccidiose dificilmente é eliminada do plantel, porém os surtos săo comuns quando as aves năo foram submetidas a um planejamento preventivo antes de entrar na reproduçăo, através de exames de fezes para diagnóstico e controle dos efeitos dos tratamentos (Coccidiostáticos ou Coccidicidas) e imunizaçőes (CH-COX/Silvestres e Exóticos prevençăo). Săo comuns surtos após empréstimos de reprodutores, retornos de campeonatos, feiras, aves recém adquiridas ou mudanças bruscas de temperatura.

PROGNÓSTICO

Nas formas agudas o prognóstico é sempre desfavorável pelo grande número de mortes de aves e recuperaçăo lenta dos doentes.

Nas formas subclínicas (presença de oocistos nas fezes sem sintomas) e crônicas o prognóstico e reservado a bom, porém com prejuízos na reproduçăo com grande número de ovos brancos, fęmeas năo reproduzindo, filhotes fracos e mortalidade.

PREVENÇĂO E CONTROLE

Como havíamos falado os oocisto de coccídias săo extremamente resistentes no meio ambiente. Poderemos minimizar os riscos de surtos adotando várias medidas preventivas, tais como:

Manejo – higiene de gaiolas, comedouros e bebedouros, poleiros, remoçăo sistemática da matéria orgânica (fezes). Uso de desinfetantes, năo para coccídias, mas para agentes bacterianos oportunistas. Para oocistos somente vassouro de fogo.

Nutriçăo – é comprovado que aves com problemas nutricionais adquirem facilmente doenças. Principalmente farinhadas baratas, por que possuem suplemento protéico, vitamínico e minerais pobres, predispondo os canários a surtos de coccidiose e outras doenças. Deficięncia de vitaminas A, B e falta ou mesmo excesso de proteínas săo fatores nutricionais preocupantes.
Reduçăo do estresse – é um tema que daria uma outra matéria, por se tratar de algo complexo. Resumidamente alguns fatores estressante: barulhos, pessoas estranhas, luzes ŕ noite no canaril, căes e gatos, mesmos os de casa, mosquitos, piolhos, principalmente qualquer situaçăo que saia da rotina dos canários e que mantenham as aves em constante alerta. O estresse medicamentoso também existe, principalmente o uso, mesmo uma única vez, de pomadas com corticóide (quadriderme), colírio Garasone, ácidos externos) Dolemil) e antibióticos fortes e contínuos. Manter o mínimo de estresse e colonizar a flora intestinal com bactérias benéficas (Probióticos), reduzir micotoxinas nas sementes, farinhadas (Aflatox) e farinhadas de qualidade reduzem os surtos de doença e quando houverem, săo fáceis de controlar sem muitos óbitos. Quem já năo passou pela experięncia de perder aquela ave que tinha futuro promissor em campeonatos ou mesmo como reprodutor. O velho e bom ditado prevenir é melhor que remediar deve estar em nossas mentes quando criamos pássaros de qualidade.

TRATAMENTOS

Geralmente a base de coccidiostáticos (agem no desenvolvimento do parasita) ou coccidicida )matam o agente), porém esses tratamentos devem ser acompanhados com exames de fezes antes e depois da medicaçăo, para analisarmos sua eficácia. Podemos acompanhar o plantel com medicaçăo de suporte (soro, fontes nutritivas), além do tratamento homeopático. Qualquer tratamento que se adote deve ser acompanhado com exames de fezes (rápidos e baratos) periódicos pelo menos a cada 6 meses.

Sulfas – coccidicida/coccidiostático, a dosagem deve ser cuidadosa e năo pro muito tempo, por serem muito tóxicas, podendo provocar síndrome hemorrágica, diminuiçăo na reproduçăo de ovos, lesőes renais e hepáticas e finalmente azoospermia nos machos (ausęncia de espermatozóide no esperma).

Amprólio – cocidicida/coccidiostático, causa hipovitaminose.

Clopidol – coccidiostático, pouco tóxico, controlam seu desenvolvimento, é medicamento de escolha para gerar imunidade futura, podendo ser associado ao CH-COX/Prevençăo.

CH-COX/Prevençăo – complexos homeopáticos agregados a farinhadas, podendo ser usado o ano todo, minimizando situaçőes de estresse, prevenindo surtos de coccidiose, verminose, enterites inespecíficas e problemas respiratórios que aparecem com mudanças de tempo brusco. Aumenta a imunidade específica para parasitas intestinais e piolhos. Năo tem contra indicaçăo, podendo ser usado durante a reproduçăo, sem acarretar problemas reprodutivo, inclusive aumentando a imunidade dos reprodutores, que gerarăo filhotes fortes e saudáveis.

RECOMENDAÇĂO DA AUTORA EM CASO DE AVES DOENTES:

Separar as aves doentes e administrar diariamente maçă, farinhada sem acrescentar ovo por que a ave está com a digestăo lenta o ovo é muito “pesado” utilizar farinhada que tenha ovo liofilizada-Farinatta Bianco), soro na água (Hidrafort), Nalyt 100plus mais CH-COX/PLUS. Lembrem-se a cura é lenta, muitos năo resistem, por isso prevenir com Nalyt Fases e CH-COX/Prevençăo é o ideal.

BIBLIOGRAFIA:

ALTMAN, R.B.; CLUBB, S.L.; DORRESTEIN, G.M.; QUESENBERRY, K. Avian medicine and surgery. Saunders: USA, 1997. 1070 p.
BERCH1ERE, JR.; MACAR1, M. Doença das aves. Facta, SP. 2000. 490 p.
BARNES, H. J.; BEARD, C. W.; REID, W. M.; YODER JR, H. W. Disease CARILLO, R.J. Fundamentos de homeopatia constitucional. Santos : SP, 1997. 260 p.
FORTES, E. Parasitologia veterinária. 4 ed. Ícone : SP, 2004. 607 P.
LLEONART, F.;ROCA, E.; CALLÍS, M.; GUVI, A. PONTES, M.Higiene e patologia aviares. Real Escuela de Avicultura: Barcelona, 1991.421 p.
Fonte: http://www.criadourokakapo.com/index.php?secao=artigocor000079

8 comentários:

  1. PARABENS, pela iniciativa e sempre acreditei que a EDUCAÇÃO é o fator modificador da situação, principio basico. O principio da orientação apresentada por VC, sem duvidas nenhuma terá grandes consequencia, no melhoramento do manejo de aves mantidas em ambiente doméstico.
    Humbertinho Sandri

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  2. Grande Humbertinho, é um enorme prazer tê-lo aqui conosco, ficando feliz com o seu salutar comentário que só vem a somar. Abraços,

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  3. olá, conheci a página hoje ao fuxicar o orkut de um amigo, gostei muito da matéria, mas deixo como sugestão uma maéria complementar sobre alguns remédios como coccinon, nality plus, enro flec, que são remédios muitos usado para prevenção de coccidiose e que pelo que ví, não adianta muito.
    Grato e fica a sugestão.

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  4. Olá, anotamos a sua sugestão e vamos estudar a questão. Muito obrigado !

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  5. OLA ANTONIO TENHO UMA DUVIDA QUAL A SUA INDICAÇÃO DE MEDICAMENTO PARA COCCIDIOOSE REALMENTE QUE VOCE JA FES O TRETAMENTO NA MAIORIA DAS VESES DEU CERTO ME CHAMO MATEUS DEIXEI UM IMAIL PARA VOCE SE POSSIVEL VERIFICAR E ME RETORNAR GRATO ESTOU PRECISANTO URGENTE DE AJUDA O MEU COLEIRO ESTA COMEÇANDO A FICAR DEBILITADO

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  6. Matheus, acredito que já tenha te respondido por e-mail, do contrário me fale por favor.

    Abraços,

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  7. ola antonio! sou vithor e gostaria de fazer o tratamento preventivo em minhas aves. como faço para comprar o ch-cox/prevenção?

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  8. olá, qual seria o melhor canto para o meu curió,o canto praia ou o paracambi?

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