Olá, estamos a um passo do último torneio da temporada do brasileiro, a final do Torneio dos Campeões no próximo dia 13/12/2009 em São José do Rio Preto/SP, de canto individual de curió praia grande clássico e pardo.
A sensação de que no próximo domingo se encerra a temporada é extremamente estranha, pois começa a surgir um vazio dentro de nós, uma certa tristeza difícil de ser compreendida por todos nós que respiramos na alta temporada (setembro à dezembro) de todo ano o circuito brasileiro de torneios de canto de curió.
O curió literalmente interage com o dono como nenhum outro passeriforme, talvez por isso na língua tupi-garani signifique "amigo do homem", diante da tamanha proximidade que acaba surgindo entre ambos, diferentemente de qualquer outro pássaro.
Em regra, toda a alta temporada viajamos de carro para participar de todos os torneios do brasileiro, algo em torno de 25.000 km de estradas, em grande parte das vezes só tendo como companhia o nosso curió e Deus.
Para quem não está acostumado, é duro, muito duro percorrer todos esses kilômetros, mas como o uso do cachimbo faz a boca torta, com o tempo vamos nos habituando de tal forma que ficar em casa um final de semana sem torneio, acreditem, é por demais tortuoso, parece que está faltando algo, no caso, justamente reencontrar os amigos para confraternizar e trocar idéias, bem como ver nossos alados cantando com categoria nas estacas dos torneios, ainda que seja por tão pouco tempo.
É claro que tudo isso só é possível quando há compreensão e apoio da família que verdadeiramente, sem egoísmos, quer o seu bem-estar, na certeza que vc passará uma semana seguinte com mais saúde junto deles, com mais forças para enfrentar o batente do dia-a-dia.
Dos doze meses do ano, são só cerca de quatro meses que se fica viajando para os torneios, com a possibilidade da esposa e/ou filhos fazerem companhia para acabarem conhecendo cidades e torcer pelo seu sucesso, num verdadeiro exercício de companheirismo e fortalecimento da união.
A alegria e satisfação que o dono do curió sente quando o mesmo faz uma bela apresentação nas estacas dos torneios é indescritível, sendo que logo em seguida voltamos para casa, muitas vezes rodando mais de 500 km, cansados, com sono, esfomeados, mas realizados.
Bem, superada a alta temporada dos torneios, começa a de vetorização e encartamento do canto desejado dos filhotes nascidos nessa época de reprodução, sempre na esperança de termos para a temporada seguinte de torneios um pardo cantando com categoria e competitivo, ou seja, verificamos que apenas mudamos o foco de atuação ou manejo.
Em outra frente, cumulativa ou não com a anterior, o curiozeiro procura fazer com que o seu curió faça uma boa muda de penas, para iniciar o trabalho de preparação para a nova temporada.
Engano daquele que pensa que o manejo para torneios só se inicia algum tempo antes do início da temporada, quando se sabe que se inicia no preparo do curió para fazer a muda de penas na época certa, na impossibilidade, no importante trabalho de pós-muda que antecede a temporada de reprodução e também de torneios do campeonato brasileiro.
Já se foi o tempo em que os detalhes não faziam a diferença. Atualmente o nível dos competidores e dos curiós subiu tanto em face do trabalho aprimorado que a tecnologia e o apuramento genético por parte dos criadores proporcionam, que de fato os detalhes podem fazer a diferença, a começar pelo sistema de pontuação atual em que um ponto pode decidir o campeonato.
Portanto, quanto mais o curiozeiro conhecer o seu próprio curió, for mais estrategista e detalhista, com certeza estará levando uma vantagem imensurável com relação aos demais competidores, de nada adiantando se dizer que se deve fazer isso ou aquilo, porque cada curió é um curió que reclama interação com o seu dono para se extrair o melhor possível dele nos momentos de interesse, embora hajam regras básicas e outras dicas que só a experiência hodierna e a troca de idéias com os mais experientes nos permitirá conhecer.
Sucesso para todos !
O Editor
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