quinta-feira, 30 de julho de 2009

OS FUNGOS E O TEMPO DE VIDA DOS PÁSSAROS



OS FUNGOS E O TEMPO DE VIDA DOS PÁSSAROS



Os anos de experiência na criação de pássaros em domesticidade vêm nos revelando uma característica bastante interessante, que é um período de vida das aves bastante prolongado, muito superior ao descrito por ornitólogos para indivíduos em estado selvagem. Lembrando que não é somente o tempo de vida que é prolongado, mas também o período reprodutivo, com exemplares reproduzindo por cerca de trinta anos.



O presente material não tem por interesse debater os motivos que levaram a esse substancial aumento no tempo de vida dos pássaros - motivos estes ligados ao manejo, sanidade, nutrição e bem-estar – mas tem por objetivo estudar o porquê da perda de alguns indivíduos precocemente.



Apesar dos modernos criadouros possuírem tecnologia e conhecimento voltados à proporcionar as melhores condições para o desenvolvimento e à reprodução, um sistema de produção intensificado precisa estar constantemente atento à alguns inimigos “invisíveis”, mas que são uma ameaça substancial e constante, como as micotoxinas, que são as toxinas produzidas pelos fungos.



Vejamos abaixo, trechos sobre o assunto publicado por uma empresa que atua na área de nutrição animal:



As micotoxinas são conjuntos de substâncias tóxicas ao homem e aos animais domésticos. São quimicamente complexas, sintetizadas como metabólitos secundários por certos fungos. Sua função biológica é atuar como fator de competição com bactérias pelo substrato, ou, que seja produzida como um erro ou desvio do metabolismo fúngico durante estresse ambiental, ou ainda como simples acaso da programação genética de fungos.



Segundo a FAO, 25% dos alimentos do mundo estão contaminados por micotoxinas e, o Banco Mundial, 40% do tempo de vida de indivíduos de países em desenvolvimento é perdido função de doenças moduladas por toxinas fúngicas.



Os principais fungos produtores de micotoxinas pertencem aos gêneros Aspergillus (produtoresde aflatoxinas), Penicillium (produtores de ocratoxinas) e Fusarium (produtores de deoxinivalenol (DON), toxina T-2, zearalenona, ergotoxinas e fumonisinas), os quais podem atacar os diversos tipos de grãos utilizados na fabricação de ração animal em qualquer fase da produção, processo, transporte e estocagem, podendo ocorrer, no entanto, em outros produtos e co-produtos de origem animal ou vegetal para mesma finalidade.



Fatores ambientais como umidade, temperatura, pH e principalmente o substrato nutritivo disponível favorecem a produção de micotoxinas, principalmente as aflatoxinas (B1, B2, G1, G2 e M1), responsáveis por consideráveis perdas econômicas decorrentes, de doenças e da redução da
eficiência alimentar nos animais. Os efeitos tóxicos produzidos pela ingestão de alimentos contaminados pela maioria das espécies animais representam um grande risco para saúde do homem pela contaminação da carne, do leite e dos ovos. As aflatoxinas, em geral, foram classificadas na classe 1 dos carcinógenos humanos.



(...) Fatores que favorecem a produção de aflatoxinas



O crescimento fúngico e formação de micotoxinas são dependentes de uma série de fatores, como a umidade, a temperatura, a presença de oxigênio, o tempo para o crescimento fúngico, a constituição do substrato, as lesões nos grãos causados por insetos ou os danos mecânico/térmico, a quantidade de inóculo fúngico, bem como a interação/competição entre as linhagens fúngicas.



Esta gama de fatores demonstra que o controle desses fatores, no sentido de prevenção, muitas vezes se torna muito difícil em nossas condições tropicais.



Por exemplo, as condições brasileiras, no período de colheita dos cereais, em função do regime pluviométrico, não favorecem a secagem dos grãos, especialmente do milho.



Os sistemas de secagem e armazenagem instalados também contribuem para a evolução do problema em nossas condições. As temperaturas da massa de grãos no interior dos silos, em muitas situações, ultrapassam os 18°C recomendados, permitindo um crescimento fúngico intenso, especialmente pela deficiente aeração forçada da maioria das unidades armazenadoras que, mesmo existindo, pelo excesso e má distribuição das impurezas, não são efetivas no controle dos pontos de calor dentro do silo. Esta e muitas outras razões proporcionam alta prevalência de aflatoxinas como contaminantes rotineiros dos cereais no Brasil e em países de clima semelhante.” Fonte: http://www.tortuga.com.br/kelatone.pdf



Os danos causados pelas micotoxinas às aves são enormes, dentre eles podemos citar: Queda da fertilidade; Baixa eficiência alimentar e conseqüente perda de peso; Lesões em órgãos com aumento de tamanho e mudança na coloração (principalmente o fígado); Alta mortalidade; Mau empenamento das aves; Queda da imunidade e menor resistência às doenças.



O texto transcrito acima se refere principalmente aos cereais como soja e milho. Se a situação é bastante crítica em alimentos comuns e muito utilizados na alimentação humana e animal, onde as indústrias têm como procedimento-padrão armazenar adequadamente e monitorar cuidadosamente todo ingrediente que entra na linha de processamento, imaginemos agora o contexto dos alimentos que utilizamos para os pássaros. Não há dúvida de que os fornecedores de rações e farinhadas comerciais têm essa preocupação, mas e os alimentos domésticos? E os alimentos fornecidos úmidos? E aquelas sementes adquiridas em lojas sem os devidos cuidados com o armazenamento? E a validade dessas sementes? E os poleiros? E o estado geral da gaiola?
Desta maneira, acredito que o momento seja de reflexão. Talvez seja hora de revermos alguns conceitos, corrigir certos costumes. É evidente que os fungos se proliferam em condições onde há substrato, umidade, temperatura. E de maneira muito veloz, todos nós já vimos a velocidade com que uma farinhada úmida “azeda”. Se os pássaros têm a capacidade de viver até por algumas décadas, em perfeito estado de saúde e fertilidade, não podemos nos conformar com qualquer outra circunstância.



Autor: Rob de Wit - Zootecnista
Diretor de Criação de Azulão – COBRAP
rdw_usp@yahoo.com.br
09/07/2009

sexta-feira, 24 de julho de 2009

REGULAMENTO DE CANTO 2009 - COMENTADO



REGULAMENTO GERAL DE CANTO CURIÓ - PRAIA GRANDE CLÁSSICO E PARDO


1 - CATEGORIAS:

1.1 - Categoria A - Praia Grande Clássico com repetição e sem repetição;
1.2 - Categoria B - Praia Grande Pardo com repetição e sem repetição;

2 - Requisitos Obrigatórios:

2.1 - Categoria A e B - Praia Grande Clássico e Praia Pardo: Entrada de Canto, Notas de Ligação, Quim Quim, Samaritá e Batidas de Praia.

CC&T – Ao contrário dos Regulamentos anteriores da Febraps, neste inova e não apenas ajusta, dando importante e justo passo à frente ao colocar o Curió Praia Grande Pardo no mesmo patamar do Praia Grande Clássico, exigindo para aquele a mesma qualidade canora deste, uma vez que outrora (2008) apenas se exigia dos pardos a emissão das Batidas de Praia, facultada a Entrada de Canto, o Quim Quim, Samaritá e Notas de Ligação que, dadas, seriam consideradas para efeito de apresentação, o que à época foi uma regressão, já que em 2007 se exigia a emissão dessas notas acima, exceto a entrada de canto e o samaritá.

Com a evolução que temos constatado, em especial, nas duas últimas temporadas do Praia Grande Pardo nos torneios do Campeonato Brasileiro, com muitos cantando o Praia Grande Clássico com mais categoria que muitos Curiós da citada categoria, acabava-se por se exigir dos juízes de canto um julgamento mais qualitativo, uma vez que os Pardos estavam apresentando qualidades canoras superiores ao exigido para a categoria, nivelando-a por cima de forma que os primeiros colocados cantavam, como já dito, o Praia Grande Clássico.

A retirada da categoria Praia Grande do Departamento de Canto de Curió com o seu deslocamento para a diretoria de canto coletivo, atende antigos anseios dos amantes do clássico que ficavam loucos, muitas vezes, com curiós passando no liso ou remontando o canto em estacas próximas, já que para essa categoria não era considerado esse defeito.

2.1.1 - Entrada de Canto: é obrigatório emitir pelo menos 50% (cinqüenta por cento) das cantadas, durante a sua apresentação, caso contrário será considerado fora de prova. (exceto linha Xodó)

CC&T – Até o Regulamento anterior, era obrigatório apenas que o curió clássico emitisse em sua apresentação, pelo menos, uma entrada de canto, obviamente excluído o da linha Xodó, sendo óbvio que a omissão de notas acarretava descontos na apresentação na linha Ana Dias. O aumento da exigência demonstra uma tendência da federação em dar cada vez mais valor à colocação de notas, agora, nas únicas categorias de canto individual de curió, ou seja, do Praia Grande Clássico e Praia Grande Pardo.

2.1.2 – Notas de Ligação, Quim Quim e Samaritá. Poderão ser emitidas com uma nota ou não ser emitidas, desde que predomine uma quantidade superior a 70% de todos os cantos com duas notas, caso contrário será considerado fora de prova.

CC&T – Complementando o item anterior, agora o Regulamento trata do módulo de repetição em que a exigência é maior em prol do Canto Praia Grande Clássico, não sendo equivocado em chamarmos, diante desse contexto todo acima, que a categoria Praia Grande Pardo, talvez se ajustaria melhor na atualidade se fosse denominada Pardo Praia Grande Clássico.

2.1.3 – Batidas de praia deverão ser emitidas com duas ou mais notas no módulo de entrada de canto, na passagem, bem como no arremate, que serão consideradas para efeito de colocação de notas e apresentação.

CC&T – Aqui, o legislador ao fazer a consideração final de que o número de batidas de praia na passagem e no arremate “serão consideradas para efeito de colocação de notas e apresentação”, prestigia o curió que emite maior número de batidas na passagem quando mostra mais categoria diante do provável balanço, assim como quando arremata acima do mínimo exigido, muitas vezes arrematando em cascata, aspectos a serem certamente valorizados pelo juiz de canto durante a apresentação do curió.

2.1.4 – CANTO


2.1.4.1 - Corresponde ao número de cantos completos ou “repetição” que o curió emite em uma cantada.

2.1.5 CANTADA


2.1.5.1 - Corresponde a todas as vezes que o curió inicia e termina uma cantoria com ou sem repetição durante sua apresentação.

CC&T – Importantes definições apresentadas por esses dois itens que não deixam dúvidas ao explicitar o que vem a ser canto e cantada. A observação abaixo, se ajusta perfeitamente ao explicitado no item 2.1.3, ou seja, que uma cantada completa será sempre aquela em que o curió emite, ao menos, um canto completo que é aquele em que arremata com no mínimo duas batidas de praia, entendido este como o composto pelo módulo de entrada e o módulo de repetição, nos termos do item 2.1.7 abaixo.

Obs:- Durante a sua apresentação, deverá emitir no mínimo 2 (duas) cantadas completas.

2.1.6 – DEFEITOS E DEFICIÊNCIAS DO PRAIA CLÁSSICO E PARDO

2.1.6.1 - Samaritá em fit-fit, pouco destacado ou semelhante;
2.1.6.2 - Retorno de canto;
2.1.6.3 - Passagem Lisa ou Remontagem de Canto (quim quim tói).

2.1. 7 – NOTAS DO CANTO PRAIA CLÁSSICO E PRAIA PARDO

Ti Tuí, té té, Quim Quim tói, té té, Tué Tué Tué

Quim Quim, té té, Uil Uil, té té, Quim Quim tói, té té, Tué Tué Tué

NB- Para análise dos 30% da não emissão de notas, verificar a coincidência do módulo de entrada, com o módulo de repetição.

Ex: Se o curió deixa de emitir um “té” no início: Ti Tuí,té _ ,Quim Quim...
equivale ao mesmo “té” que vem após o samaritá:Uil Uil,té_ ,Quim Quim...


CC&T – Essa nota acima complementa, explicitando, o exposto nos itens 2.1.1 e 2.1.2, por isso entendemos que o melhor ajuste reclama a sua presença em seguida aos itens supracitados e não aqui de forma isolada, podendo essa colocação levar a dificuldades de sua real compreensão por muitos.

É sabido que é pouco recomendável definições em normas, uma vez que fomentam, muitas das vezes, interpretações diversas ou confusão no seu entendimento que induzem a discórdia, por isso mesmo, quando necessárias, devem ser curtas e claras para fácil assimilação de todos os envolvidos, deixando a discussão sobre a correta interpretação e aplicação para os órgãos julgadores, incluídos àqueles incumbidos de julgar eventuais recursos administrativos.


Módulo de Entrada

Ti Tui - 2 notas de entrada de canto
té té - 2 notas de preparação ou ligação
Quim Quim tói - 2 notas de Quim Quim com Toi
té té - 2 notas de preparação ou ligação
Tué Tué - 2 ou mais notas de batida de praia

Módulo de Repetição (primeiro canto)

Quim Quim - 2 notas de Quim Quim
té té - 2 notas de preparação ou ligação
Uil Uil - 2 notas de Samaritá
té té - 2 notas de preparação ou ligação
Quim Quim tói - 2 notas de Quim Quim com Toi
té té - 2 notas de preparação ou ligação
Tué Tué - 2 ou mais notas de batida de praia

Módulo de Repetição (segundo canto)

Quim Quim - 2 notas de Quim Quim
té té - 2 notas de preparação ou ligação
Uil Uil - 2 notas de Samaritá
té té - 2 notas de preparação ou ligação
Quim Quim tói - 2 notas de Quim Quim com Toi
té té - 2 notas de preparação ou ligação
Tué Tué - 2 ou mais notas de batida de praia


CC&T – Pela exemplificação acima, podemos constatar, para aclarar eventuais dúvidas, que o Regulamento explica objetivamente no que se constitui um ou mais cantos. Assim, pelo exemplo acima, podemos afirmar que um canto completo (Módulo de Entrada e um Módulo de Repetição) é igual ao primeiro canto ou a um samaritá (Uil Uil), sendo que os demais cantos emitidos em uma cantada se caracterizam pela emissão de novos módulos de repetição ou samaritás (Uil Uil).


2.2 - Categoria B - Praia Grande Pardo

2.2.1 - Deve possuir mais de 50% de cor parda e, em caso de dúvida sobre essa porcentagem, consultar o Diretor ou Coordenador Técnico antes de fazer sua inscrição.

2.2.2 - Somente será considerado curió PARDO repetidor, aquele que der no mínimo 2 (duas) cantadas completas de 4 (quatro) cantos, fechando o canto com as notas de batidas de praia, ou ultrapassá-las, cortando-o posteriormente, ou uma única cantada igual ou superior a 15 (quinze) cantos completos durante a sua apresentação.

CC&T – Inova a Febraps ao deixar de considerar no Curió Pardo Repetidor o mínimo de duas cantadas completas de 05 (cinco) cantos ou quatro samaritás, para reduzir a essa exigência para 04 (quatro) cantos ou três samaritás, assim como a fixação, no caso de uma única cantada, que seja igual ou superior a 15 (quinze) cantos ou quinze samaritás completos durante a sua apresentação. Deixa também com essa definição de contar os cantos nos Quim Quins.

2.2.3 - Caso um competidor apresente um curió que cante a linha Xodó ou Patrício, deverá ser julgado como tal em qualquer das duas categorias.

CC&T – Parabenizo a Febraps por manter as linhas Xodó e Patrício no Regulamento, afinal, juntamente com a do Ana Dias, são aquelas consideradas e reconhecidas como do canto Praia Grande Clássico.

Entretanto, há tempos padronizou a linha Ana Dias, agora, no item 2.1.7, nas notas que os Curiós Praia Grande Clássico e o Praia Grande Pardo devem emitir em suas apresentações, quando deveria também explicitar as notas das demais linhas de canto do clássico, afinal, embora sejam raras as suas apresentações nos dias atuais, seria prudente para capacitar melhor os julgadores, motivar criadores e mantenedores a tentar trabalhar com as linhas Xodó e Patrício, resgatando-as.

3.1 - Requisitos Qualitativos:

- Além dos requisitos obrigatórios, deverão ser considerados para efeito de atribuição de notas, análise de coesão e harmonia, os seguintes requisitos para as duas categorias (Praia Grande Clássico e Praia Grande Pardo):

3.1.1 - Voz de Praia;
3.1.2 - Andamento de Canto (nitidamente moderado);
3.1.3 - Melodia;
3.1.4 - Colocação de notas;
3.1.5 - Notas mais longas;
3.1.6 - Passagem de Canto com balanço;
3.1.7 - Arremate com no mínimo 2 (duas) notas de batida de praia com ou sem purrú;
3.1.8 - Apresentação (disposição e repetição);


3.2 - Defeitos ou Deficiências:

3.2.1 - Serão considerados defeitos ou deficiências de canto os seguintes itens, valendo para as duas categorias (Praia Grande Clássico e Praia Grande Pardo), com observância do número de vezes, intensidade e a posição em que defeitos ou deficiências ocorrem:

a)-(Defeito)- Aberturas (quél-quél, tais-tais, quaiaquil e outras) no meio do canto ou no arremate;
b)-(Deficiência)- Vícios, deficiências e notas estranhas;
c)-(Deficiência)- Voz deficiente, muito fina ou muito grossa, musicada, rouca, metálica, com chiado ou com sotaque de outras categorias diferentes de Praia Grande;
d)-(Deficiência)- Perdidas (destoação de canto);
e)-(Deficiência)- Cortadas (interrupção de canto).
f)-(Deficiência)- Retorno de Canto.

CC&T – Finalmente a Febraps acertadamente diferencia os defeitos das deficiências, estas de menor gravidade do que aquelas.

4 - Contagem de Repetição:

A partir de 2009, as repetições deverão ser contadas nas notas de Batidas de Praia. (Não nas notas de Quim Quim como era antes).

CC&T – Inovação que vem para facilitar o entendimento e as contagens de cantos durante uma cantada, mas que reclama interpretação sistemática para um melhor entendimento, conjugando-a com o disposto no item 2.1.7.

4.1 - Canto Completo:

4.1.2 - Será considerado Canto Completo o curió que fechar o canto com no mínimo 2 (duas)* notas de batidas de Praia, ou ultrapassa-las cortando o canto posteriormente.

4.2 - Curió Repetidor:

4.2.1 - Será classificado como repetidor, o curió que durante sua apresentação na estaca der pelo menos 2 (duas) cantadas completas com repetição ou uma única cantada igual ou superior a 15 (quinze) cantos completos durante a sua apresentação.

CC&T – Abordagem sobre o conteúdo desses itens foi inserido no comentário aos itens 2.1.4 e 2.1.5.

Como agora o Regulamento contempla exigências iguais para as suas duas únicas categorias, melhor seria se a abordagem desse assunto aglutinasse em apenas um momento ambas as categorias, ou seja, o item 2.2.2 fosse aqui consignado, evitando maiores delongas.

4.3 - Curió não Repetidor:

4.3.1 - Será classificado como não repetidor, o curió que durante a sua permanência na prova não der 2 (duas) cantadas completas com repetição. O curió que der uma única cantada superior a 10 cantos completos e inferior a 15 (quinze) cantos completos, será julgado como não repetidor.


CC&T – Melhor seria que a redação da parte final dispusesse: “O curió que der uma única cantada inferior a 15 (quinze) cantos completos, será julgado como não repetidor”, a contrario sensu do repetidor.


4.4 - Critério para Contagem de Repetição: Categoria PRAIA CLÁSSICO

a) A contagem de repetições não será interrompida quando o curió dividir o canto com purrú, rasgada (arrasto), descarga etc;
b) A somatória das repetições será composta apenas por parcelas iguais ou superiores a 5 (cinco) cantos, completos.
c) As repetições devem ser contadas nas notas de Batidas de Praia,(no mínimo 5 (cinco cantos).

c) Após passar por repetidor (no mínimo duas cantadas de 5 (cinco cantos completos), não será necessário continuar contando as demais repetições. No entanto, todas as repetições serão consideradas para efeito de nota, no quesito apresentação;

d) Somente será considerado curió repetidor, aquele que der no mínimo 2 (duas) cantadas completas de 5 (cinco) cantos, fechando o canto com as notas de batidas de praia, ou ultrapassá-las, cortando-o posteriormente.

CC&T – Aqui a redação desse item não altera o critério a ser considerado como repetidor o Praia Grande Clássico, apenas ao invés de dizer “duas cantadas de nove quim quins” como outrora, passou a efetuar a contagem de forma mais simples e de fácil entendimento, ao contar as repetições nas batidas de praia. Assim, continua a mesma exigência, ou seja, duas cantadas de nove quim quins, que é a mesma coisa que quatro samaritás e, atualmente, cinco cantos. Para melhor compreensão, fazer uma interpretação sistemática com o item 2.1.7.

4.5 - Critério para Contagem de Repetição: Categoria PRAIA PARDO

a) A contagem de repetições não será interrompida quando o curió dividir o canto com purrú, rasgada (arrasto), descarga etc;
b) A somatória das repetições será composta apenas por parcelas iguais ou superiores a 4 (quatro) cantos, completos.
c) As repetições devem ser contadas nas notas de Batidas de Praia,(no mínimo 4 (cantos).

c’) Após passar por repetidor (no mínimo duas cantadas de 4 (quatro) cantos completos, não será necessário continuar contando as demais repetições. No entanto, todas as repetições serão consideradas para efeito de nota, no quesito apresentação;

d) Somente será considerado curió repetidor, aquele que der no mínimo 2 (duas) cantadas completas de 4 (quatro) cantos, fechando o canto com as notas de batidas de praia, ou ultrapassá-las, cortando-o posteriormente.


CC&T – Neste item, como já abordamos a questão nos comentários ao item 2.2.2, há inovação, já que nos Regulamentos anteriores o Praia Grande Pardo para ser considerado repetidor tinha que dar o mesmo número de cantos mínimos para o Praia Grande Clássico, em pelo menos duas cantadas de sua apresentação.

Agora, reduziu-se a exigência em um canto, ou seja, se passou a cobrar o mínimo de duas cantadas de quatro cantos que é a mesma coisa que três samaritás.

Esse ajuste se fazia necessário, uma vez que comprovadamente o número de Curiós Praia Grande Pardo Repetidores era infinitamente inferior aos Sem Repetição, ao contrário dos Praias Grandes Clássicos, o que, em tese, demonstra que a maioria de curiós pretos repetidores quando pardos não eram repetidores, no máximo passavam cantos ou repetiam em casa, mas não na estaca em face da sua tenra idade.

Contudo, sou simpático, se não estiver enganado, ao critério que adotava a antiga Federação Sul-Brasileira dos Criadores de Pássaros – FSB, ou seja, a exigência nos pardos que dessem no mínimo três cantadas de três samaritás ou quatro cantos durante a apresentação para serem considerados repetidores, uma vez que isso mostra, em tese, no nosso limitado entendimento, fortes indícios à repetição do pardo.

5 - Atribuição de Notas:

5.1 - Receberão notas todos os curiós de acordo com a sua categoria, ficando sempre 1 (um) curió pré-classificado, caso haja alguma desclassificação após o término do torneio;

5.2 - Dependendo de sua aprovação, o curió em julgamento receberá do Juiz uma nota variável de 0 (zero) a 10 (dez), considerando-se as frações, para cada um dos requisitos qualitativos (baseado no sistema de atribuição de notas)

5.3 - A média final dos curiós repetidores será a nota atribuída pelo juiz, para cada um dos requisitos qualitativos, conforme item 5.2 e lançado no mapa na coluna dos repetidores;

5.4 - A média final dos curiós não repetidores será a nota atribuída pelo juiz e lançado no mapa na coluna dos não repetidores;

5.5 - Nas provas de Praia Grande Clássico, e Praia Grande Pardo, deverá ser descontado (da nota final) 1 (um) ponto para cada abertura.

CC&T – Os itens 5.3 e 5.4 poderiam facilmente ser aglutinados em um único item, sendo desnecessária as atribuições às categorias no item 5.5, uma vez que este Regulamento só trata das mesmas em pé de igualdade, exceto no critério a ser considerado para o curió repetidor.

6 - SISTEMA DE ATRIBUIÇÕES DE NOTAS PARA JUÍZES:

6.1 - Requisitos Qualitativos:

1º - Colocação de Notas de 0 a 10
2º - Voz de Praia de 0 a 10
3º - Melodia de 0 a 10
4º - Andamento de 0 a 10
5º - Apresentação de 0 a 10

6.2 - Deduções na nota final:

1º - Notas estranhas - 0,25 cada
2º - Retorno de canto - 0,50 cada
3º - Abertura - 1,00 cada
4º -Passagem Lisa (quim quim tói) -1,00 cada


OBS. Se o curió der notas estranhas, retorno de canto, abertura ou passagem lisa (quim quim tói), não descontar na colocação de notas e sim na nota final.


CC&T – Finalmente passamos a ter descontos objetivos que outrora não existiam, como o de notas estranhas e retorno de canto, estando de parabéns a federação. Justo, justíssimo, um desconto objetivo para o retorno de canto, estando de bom tamanho o valor a ser atribuído que, na nossa opinião, não deveria ser maior ou menor, bem como que igualmente aos defeitos, deve se descontar apenas na nota final.


Entretanto, como sugestão para uma próxima revisão do Regulamento, entendemos que seria uma boa medida a inclusão nas deduções das “omissões de nota” que poderiam ter um desconto de 0,10 ou 0,15 para cada uma ocorrida, assim como para os cortes de canto que poderiam ser, para os sem repetição, no patamar de 0,25 e para os com repetição o desconto de 0,15, afinal, o curió repetidor nunca sabe quando vai parar e o não repetidor tem a obrigação de ser mais fechador de canto.


INSTRUÇÕES AOS JUÍZES DE CANTO PRAIA GRANDE:

- O juiz pré-escalado pela Federação que por algum motivo não for atuar, deverá comunicar ao Coordenador de Canto Praia, em no mínimo, 5 (cinco) dias antes do torneio.

Para o bom andamento dos torneios, o Coordenador de Canto Praia Grande da Federação solicita aos juízes a leitura do Regulamento, que deverá ser seguido na íntegra e para que se tenha um julgamento justo e perfeito.

- Além do cumprimento do regulamento, os juizes devem observar os seguintes pontos:

a) Contagem de repetições: ausência de Samaritá, (quim quim tói), e aberturas: o juiz titular autorizará o juiz auxiliar na contagem dos itens acima, ou somente aqueles que achar necessário;

b) Na categoria de Curiós Praia Grande Pardo: antes de dar início à contagem de tempo, verificar se o pássaro está dentro dos parâmetros, isto é, possuir obrigatoriamente mais de 50% de cor parda;

c) Aberturas: anotar com rigor as aberturas, porém analisar bem, a fim de não confundir com arrastos ou rasgadas, bem como pialadas ou notas estranhas;

d) Fora da Prova: quando o pássaro estiver fora da categoria na qual foi inscrito, anotar no mapa “Fora da Prova”. O participante somente tomará conhecimento quando for afixado o mapa. No entanto, o juiz deverá permanecer no local durante 15 minutos após o final da prova e deverá estar preparado para dar esclarecimentos, bem como instruir o participante se for procurado.

Este esclarecimento só poderá ser dado exclusivamente ao proprietário e com referência somente ao seu curió.

CC&T – Correta esta última consideração constante da alínea "d" sobre o esclarecimento a ser dado pelo juiz de canto ao proprietário do curió, afinal essa consideração demonstra profundo respeito que deve ser mútuo, evitando que o expositor seja sujeito a constrangimentos desnecessários.

e) Nota de Canto: não diminuir a nota que deverá ser atribuída no ítem “Colocação de Notas” em função de Notas Estranhas, Retorno de Canto, Aberturas ou Passagem Lisa (quim quim tói), pois o mesmo já é penalizado pelos descontos. Caso contrário será penalizado 2 (duas) vezes.

CC&T – A alínea “e” complementa a abordagem feita na observação do item 6.2, no que remeto o leitor para uma perfeita compreensão do disposto acima.


NOTA DO AUTOR: Bom esses são os primeiros comentários que julgamos necessários fazer do novo Regulamento da Febraps para a temporada 2009, uma vez que temos observado ao longo do tempo que muito se reclama, mas sem base no Estatuto do Expositor e do Juiz de Canto Praia Grande, simplesmente porque poucos, mas muito poucos se dão ao trabalho de ter conhecimento da “Lei” que devem fazer rigorosa observância, sendo, no nosso entendimento, fundamental se saberem as regras do jogo de que participamos.

Forte abraço e até uma outra oportunidade !

quinta-feira, 16 de julho de 2009

ENTREVISTA: OLÍVIO NISHIURA




Olá, dando início a várias e selecionadas entrevistas que pretendemos postar neste nosso blog, resolvemos dar o primeiro passo na importante companhia do Sr. Olívio Nishiura, empresário em São Paulo, aficionado pelo canto curió desde 1958, tendo dedicado toda sua vida no aperfeiçoamento do canto Curió Praia Grande. Tem como hobby e especialidade a mais de 25 anos ensinar filhotes de Curiós a adquirir o canto Praia Grande Clássico. Juiz de Canto pela Federação Brasileira (Febraps), Vice-Presidente da SERCA, detentor dos Direitos Autorais e gravações de CDs do canto Curió ANA DIAS, do Curió PATRÍCIO, do Curió MACALÉ, do Curió MELODIA, do Curió CYBORG, do canto Bicudo Alta Mogiana Clássico FIOTE, do Bicudo Goiano Clássico BLACK BILL e Palestrante sobre Canto Curió Praia Grande e formador de juízes de Canto de Curió Praia em todo Brasil. Feita essa importante apresentação, passamos à entrevista:


CC&T - Olívio, pela sua própria biografia acima, constatamos que você tem uma história de vida no aperfeiçoamento do canto de Curió Praia Grande, tendo logicamente através do tempo acompanhado a sua evolução, daí solicitamos ao amigo que nos faça uma breve trajetória deste mavioso canto de curió até os dias atuais, e sua maravilhosa evolução desde os tempos do famoso Curió ANA DIAS.


Olívio – O canto praia despertou os curiozeiros no início dos anos 50, época em que capturavam os curiós na região da cidade de Praia Grande, litoral sul de São Paulo, por conter em seu canto as notas de Quim Quim e Tué Tué, o que posteriormente foi denominado de “Canto Praia Grande”. Não satisfeito somente com a qualidade do canto,saíram à captura de curiós repetidores em cidades próximas como: Pedro Taques, Jurubatuba, Samaritá, Registro, Cananéia, Itariri, Ana Dias e outras.

O curió “Ana Dias” foi capturado em 1956 na cidade de Ana Dias, município de Itariri, e já era um grande repetidor. Pelo fato de ficar ouvindo durante 6 anos curiós de outras regiões, adquiriu notas extras em seu canto, tornando se muito rico em notas, melodia e repetição. Nesta época o curió “Ana Dias” de propriedade do Sr.Walter Moretti da cidade de Jundiaí-SP, e Campeão Brasileiro vários anos, foi levado ao estúdio da Gravadora Continental em São Paulo,onde foi realizado a primeira gravação e lançado em LP para que fosse tocado no aprendizado de outros curiós. Iniciava-se então um novo conceito de canto Praia Grande, denominada posteriormente como “Canto praia Clássico”. Com base nesta linha de canto, a Federação Brasileira em 1985 homologou o novo regulamento de canto Praia Grande a ser utilizado para julgamento em torneios.

ERRO QUE VIROU VIRTUDE - Na gravação do curió “Ana Dias”, numa das cantadas ele errou o início do canto, passando liso, ou seja, sem a nota de samaritá no primeiro canto :-(Ti tuí, te te, Quim Quim tói, te te, Tué Tué Tué). A maioria achou fantástico que o curió iniciasse o canto desta forma, e colocasse a nota de “Samaritá” a partir do segundo canto em diante. Como eu já era proprietário dos direitos autorais do canto Ana Dias, lancei todas as gravações tanto em LP, K-7 e CDs, com esse tipo de entrada de canto, que posteriormente foi denominado de “Módulo de Entrada”. Subestimando a inteligência do curió e para minha maior surpresa, eles assimilaram com facilidade esse módulo de entrada, tornando uma virtude.


Com o tempo as exigências foram se tornando maiores, a ponto de eu ter que lançar novos CDs, com módulo de entrada, samaritá destacado, com mais notas de batidas de praia com balanço, voz e repetição.


Com toda essa evolução, foi necessária a reciclagem dos juizes federados de canto praia e formação de novos juízes, através de palestras que faço em todo o Brasil.


CC&T - Bom, já que o assunto é curió Praia Grande Clássico, sabemos que há outras linhas de canto dentro dessa categoria além da já famosa ANA DIAS, por isso julgamos importante que faça uma explanação para os leitores deste blog de quais seriam as outras linhas do clássico e quais as diferenças mais marcantes entre as mesmas.


Olívio Conforme rege o Regulamento de Canto Curió Praia Clássico da Federação Brasileira ( Febraps), reconhece os cantos Ana Dias, Patrício e Xodó.


CANTO PATRÍCIO - Em comparação com o canto Ana Dias, na entrada de canto é emitida somente com uma nota “Ti” em seguida já vem à nota de ligação “té té”. Emite o Samaritá no primeiro módulo, diferente do canto Ana Dias que faz o módulo de entrada de canto com passagem lisa.


Todos os “Quim Quins” são seguidos da nota “tói”. Após o segundo “Quim Quim tói” que vem depois do samaritá , emite somente uma nota de ligação “té” (Ex: Quim Quim tói, té, Tua Tua Tua) , e nas passagens de canto, após as Batidas de Praia, existe uma nota de ligação “té” (Ex: Tuá Tua Tua , té , quim quim tói ...), Esta passagem, chamamos de Afunilamento de Canto.


CANTO XODÓ – Em comparação com o canto Ana Dias,não emite a nota de entrada de canto. Todos os “Quin Quins” são seguidos da nota “tuí”, e emite o Samaritá no primeiro módulo. Após o segundo “Quim Quim” depois do Samaritá a nota de preparação é alteada “til til” (Ex: Quim Quim tuí, til til Tuó Tuó Tuó) .Essa alteada, na época era chamada de “Invertida de Canto”. Importante lembrar que as notas de batidas de praia em Tuó Tuó Tuó, é porque o Xodó cantava com a voz mais cheia, ou seja mais grossa.


CC&T - O amigo detém os direitos autorais do Canto do Curió ANA DIAS desde quando ? O seu trabalho no aperfeiçoamento do canto de curió Praia Grande Clássico é reconhecido nacionalmente por meios dos diversos CDs que dominam o mercado com inúmeros Selos Comerciais. Diga para nós quais são eles e para que serve cada tipo ?


Olívio – Adquiri os direitos autorais do canto curió “Ana Dias” em dezembro de 1989 do saudoso amigo Walter Moretti da cidade de Jundiaí-SP. Em 1991 adquiri também os direitos autorais do canto dos curiós Macalé e Melodia do Sr. Arthur da cidade de Tatuí-SP e, em seguida, adquiri os direitos autorais do canto curió Patrício do Sr.Jorge da cidade de São José dos Campos-SP .


ANA DIAS – O canto do curió Ana Dias foi gravado em 6 (seis) versões.


Selo Vermelho - Cantadas sem repetição, produzido especialmente para criatórios e filhotes no início do seu aprendizado. Aconselho tocar durante quatro meses.


Selo Laranja – É o CD que substitui o selo vermelho após quatro meses. Possui muita riqueza no andamento e melodia, e as passagens de canto com três notas de Batidas de Praia horizontais facilita a repetição.


Selo Azul – Produzido especialmente para curiós que já tenham adquirido o canto Praia, com objetivo de incentivar a repetição e enriquecer as notas de batidas de praia nas passagens de canto e no fechamento.


Selo Marrom – Este CD, possui cantadas de fácil assimilação, não exigindo muito fôlego para repetir. Possui voz natural de Praia Grande, passagens de canto com três notas de praia e fechamento de canto com quatro notas. Nas cantadas mais longas, o arremate de canto é com a nota de “purrú”.


Selo Ouro – Produzido para melhorar a voz, andamento e balanço de canto. Muito rico em notas de batidas de Praia decrescente, fazendo com que o curió adquira balanço preferido pela maioria dos curiozeiros.


Selo Prata – É o Top de Linha do canto praia Superclássico. Possui voz e andamento natural, com entrada de canto alteada, todas as notas alongadas, muito rico em batidas de Praia e balanço de canto.


CC&T - Fora essa linha de Selos Comerciais que vc disponibiliza no mercado, há algum outro CD de canto do Curió ANA DIAS que o consumidor possa ter acesso, ainda que de produção limitada e no varejo ? Em sendo positiva a resposta, diga para nós quais são eles e como poderiam os interessados adquiri-los.


Olívio – Existem CDs especiais, que chamamos de “Máster” e são gravados sob encomenda. Pedidos pelo fone (11) 5061 8317 ou e-mail curioanadias@globo.com


Selo Alegretti – Cantoria extraída de uma gravação do curió “Ana Dias” de 1969 e pelo fato de ter as notas explícitas, é próprio para corrigir os curiós que deixam de emitir algumas notas.


Selo Gold – É um canto selo ouro masterizado, com a voz mais cheia e andamento moderado.


Selo Prata 30 anos - FH – Possui as notas de entrada alteadas,as notas são mais alongadas,uma nota a mais de batida de praia no fechamento, e mais balanço de canto. Foi produzido especialmente a pedido do Sr.Ferraciolli e Sr. Honda, para ensinar um pardo, que após adquirir este canto foi um sucesso nos torneios na categoria Pardo com o nome de “Tibagi” Este CD existe Sem Repetição e Com Repetição.


Selo Prata 50 anos - Foi extraído do LP homenagem aos 50 anos do curió Ana Dias. Possui a mesma letra do selo prata 30 anos, porém foi masterizado, eliminando os chiados e as notas ficaram mais nítidas. Existe Sem Repetição e Com Repetição.


Selo Prata Fast – Foi desenvolvido especialmente para que o curió cante a linha do selo prata, porém com mais repetição. Portanto, o Prata Fast tem o andamento 5% mais ligeiro que os selo prata normal. Também foi masterizado, ficando sem chiado e com as notas mais nítidas. Existe Sem Repetição e Com Repetição.


CC&T - Há algum Selo ou CD de Canto de Curió ANA DIAS a ser lançado no mercado ?


Olívio – Devido a vários pedidos de gravações especiais com batidas de Praia decrescente, pretendo lançar nesta temporada o CD PRATA BALANÇO. Extraído do selo prata, com balanço desde o primeiro canto, em todas as passagens e até o fechamento. Já estou com a Matriz pronta e posso garantir que ficou sensacional.


CC&T - Em sua opinião, para o curiozeiro que pretende encartar o canto praia grande clássico num filhote, quais as providências que ele deveria se ater visando o sucesso, incluindo nessa seara o criadouro, genética, CDs, falantes, aparelhos, ambiente acústico etc ?


Olívio – É necessário adquirir filhotes de criadores que criam curiós para canto praia clássico, porque o sistema de criação é totalmente diferente, exigindo mais cuidados, e com vários ambientes acústicos, evitando que os filhotes ouçam qualquer tipo de notas estranhas.


Procure sempre filhotes com genética comprovada e apurada, visando à voz, andamento e repetição, e com exame de sexagem.


A técnica mais eficaz para o encarte de canto, é adquirir um casal de filhotes, mantendo-os juntos na mesma gaiola, tocando o CD “Sem Repetição” até a muda de pena de pardo para pardo que ocorre normalmente ao completarem 4 (quatro) meses de vida. A presença da fêmea faz com ele fique travado prestando mais atenção, marcando notas e evitando que grite ou estoure no canto.


Após este período, separar o macho e colocar numa voadeira (tipo gaiolão) no mínimo 20 dias, para exercitar o pulmão e repetir. Substituir, então o CD, colocando “Com Repetição”. A fêmea é necessária ficar em outro ambiente chamando ou pialando, mas não mais se deverá mostrá-la ao macho. Durante a muda de pena, dê “Ferro” na água, para evitar a anemia.


Utilize sempre CDs originais devido há gravação estar na frequencia correta, em média de 3.550 Hz., que é mesma dos pais ou mestre que ensinam os filhotes.


Existem no mercado diversos aparelhos CD Player próprio para o ensinamento de curiós, com temporizador programável digital, sensor de som e fotocélula.


O falante ideal é o Mid Ranger ou Super Pesado com cone de papelão no centro, e sem o twiter para evitar o som metálico. Deve estar próximo ao chão, porque o som se propaga rebatendo e subindo.


O volume deve ser baixo, ou seja, 1\3 do volume de um curió cantando.


Procure deixa-lo sempre em ambiente acústico, tipo sala de visita, dormitórios etc. onde o som encontra carpete, tapetes, estofados e cortinas, evitando o eco.


Nunca deixe em cozinhas, banheiros, garagens, ou locais onde não tenha certa acústica, para evitar que venha a cantar com voz musicada.


Para evitar o tradicional estresse, procure sempre mantê-lo em local que possa acordar ao clarear o dia, e dormir ao anoitecer. Lembrando que um curió estressado não aprende a cantar.


CC&T - Fale para nós um pouco dessa sua parceria com o Criadouro Comercial Japão do nosso amigo Marcinho, do que é disponibilizado ao interessado, inclusive em termos de genética, bem como o trabalho que é realizado desde o nascimento dos filhotes até a entrega ao adquirente ?


Olívio – Tenho uma parceria com o Marcinho da cidade de Tupã-SP desde 1996, quando criávamos como criadores amadores. Em 2004 decidimos montar um Criatório Comercial e formamos uma sociedade com o nome de “Criadouro Japão”. Investimos em construções de ambientes acústicos, gaiolas de criação padronizada e no plantel.
Matrizes Galadores: - Guga II \ Combate \ Matuto-N \ Guardião II\Comanche \ Xodozinho \ Dominique \ Megathon \ Quarentinha \Trombone \ Dominante etc.

Matrizes Fêmeas:- Bola Sete \ Carisma \ Cristal \ Estrela \ Esperança \ Guardiã \ Itajaí \ Karina \ Jaraguá \Matuta \Marília \ Marquesa \Melodia \ Paloma \Pamela \ Pandora \ Princesa \ Santista \ Savana, etc, etc.


O criatório é composto de 4 (quatro) ambientes projetados com iluminação natural e som. Em um ambiente ficam as fêmeas não galadas, em outro ambiente ficam os galadores, e pelo fato de ser acústico, não se ouve cantarem. Em outro ambiente ficam as fêmeas chocando e após três dias de vida de nascido, seguem para um ambiente acústico ouvindo o CD sem repetição durante 30 a 35 dias, época em que os filhotes já se alimentam sozinhos. Após separar da mãe, vão para um estúdio individual até a entrega para o adquirente, juntamente com os CDs e manual para dar sequencia no aprendizado e repetição.


As cruzas são testadas e programadas, para sempre criar com o casal que já tenha reproduzido filhotes de qualidade para o canto clássico.


CC&T - Olívio, quando falamos em Curió Praia Grande Clássico Com Repetição, falamos da categoria supra sumo do campeonato brasileiro, tanto que os campeões fazem jus ao famoso e cobiçado Troféu Ana Dias - "O Curió do Século". Ao longo do tempo você tem presenciado, na maioria das vezes como juiz de canto, fantásticas apresentações de grandes curiós dessa categoria nas estacas dos torneios. Qual para você foi o melhor curió que se apresentou até hoje, levando em consideração o conjunto, o decorrer do tempo e as suas características mais marcantes ?


Olívio – Durante este longo tempo, tive a felicidade de ouvir e julgar vários curiós de renome como o Ana Dias, Patrício, Xodó, Arco Iris, Pierrot e Monarca, porém a forma de julgamento era mais simples e diferente.


Da forma que se julga atualmente, os curiós que mais me impressionaram com seu conjunto de: voz de praia, andamento, melodia, colocação das notas e padrão de apresentação, foram: Miracatu (Marcão-SP), Campeão do Vale (Lua-SP), Império do Egípcio (José Dias-SP) e Cyborg (Rivellino-SP).


CC&T - Como renomado Juiz de Canto de Curió Praia Grande, já tivemos épocas em que o defeito equivocadamente chamado de "quim tói" por muitos curiozeiros ocorria com constância nos torneios, com fácil transmissibilidade para os curiós que o ouvissem, pois afinal são oito notas a menos que o curió deixa de dar no módulo de repetição, o que levou a ser inserido no Regulamento o desconto de 1 (um) ponto para cada defeito apresentado na estaca pelo curió, afastando praticamente dos torneios essa "praga" ao longo do tempo, notadamente nas estacas do Praia Grande Clássico. Além desse, o Regulamento da FEBRAPS nos traz inúmeros defeitos que podem ser apresentados pelo curió na hora da estaca, dentre os quais, o retorno de canto que temos notado que está se fazendo cada vez mais presente nas estacas. Certo que esse defeito diz respeito à colocação de notas, acredito que podemos dizer que o denominado "quim tói" ou passada no liso também se insere nesse contexto. Embora não haja nada que comprove a fácil transmissibilidade nos torneios desse defeito "retorno de canto", sabemos que ele é transmitido a outros curiós, contudo o Regulamento nada traz sobre qualquer desconto a ser efetuado, objetivamente, deixando esse julgamento do quantum a ser descontado ao arbítrio do Juiz. Você não acha que já está na hora de inserir no Regulamento uma nota de desconto para esse defeito, tornando-o mais objetivo para o julgamento, levando em consideração esses argumentos acima ?


Olívio – RETORNO DE CANTO: Para esclarecer melhor, o Retorno de Canto nada mais é do que o curió durante sua apresentação, após as batidas de Praia, não parar e reiniciar o canto com as notas de Entrada, em vêz de emitir as notas de Quim Quim do módulo de repetição.


De acordo com o novo regulamento, o Retorno de Canto não é considerado “Defeito” e sim “Deficiência”, porque ele não deixou de emitir as notas do canto praia clássico, ou seja, não comeu nota. Portanto ele será penalizado no item “Colocação de Notas”, porque colocou a nota em lugar errado.


Já a “Passagem Lisa” (Quim Quim tói) é considerado “Defeito”, por deixar de emitir 8 notas. Neste caso é descontado 1 (um) ponto da nota final para cada vêz que der este defeito. Com esta penalidade estamos conseguindo afastar estes curiós dos torneios, evitando que transmita para outros curiós Praia Clássico.


CC&T - Olívio, temos notado a cada temporada a dificuldade administrativa encontrada para a escalação de juízes, bem como que há uma carência muito grande desses abnegados colegas curiozeiros. Não acha que a FEBRAPS poderia promover mais cursos de Juiz de Canto de Curió Praia Grande, visando arregimentar novos colaboradores ? Há algum curso em vista ? No nosso entendimento para ser um bom julgador, não basta ter bons ouvidos, mas também bom senso nos julgamentos de aspecto subjetivo, e acima de tudo, se sentir um eterno aprendiz. Na sua ótica, já que recebemos inúmeros e-mail's de interessados em contribuir, exercendo essa importante e nobre função, quais as qualidades necessárias para se tornar um bom Juiz de Canto de Curió Praia Grande ?


Olívio – Realmente toda temporada encontramos muita dificuldade na escalação de juízes. A cada ano, cresce o nível de curiós em torneios, exigindo do juiz uma atenção especial nos detalhes, além de aplicar o regulamento e o bom senso. O regulamento da Febraps, é didático e dinâmico. Como o tempo é curto, estamos convocando todos os juízes, inclusive os mais antigos, para uma reciclagem, apresentação do novo regulamento e novo sistema na ajuda de custo.


NOVOS JUÍZES - Conforme você mencionou, para ser um juiz de Canto Praia Grande, é necessário ter bons ouvidos, bom senso, conhecer bem as linhas de canto Praia, não confundir defeitos com deficiências, nem arrasto com notas estranhas e aberturas, seguir o regulamento, participar das reuniões de juízes, e principalmente estar à disposição do Coordenador de Canto Curió Praia Grande da Febraps, no mínimo 4 (quatro) domingos em época de torneio, para ser escalado como juiz titular ou auxiliar.


CURSO PARA JUÍZES - Infelizmente, nos cursos de juízes promovido anualmente pela Febraps, poucos participantes se propuseram a cooperar nos torneios. A maioria participa para adquirir a carteirinha de juiz, e mais conhecimento. Portanto, para esta temporada estamos invertendo a forma para formação de novos juízes. A Febraps estará aceitando inscrições para os interessados em se tornar Juiz de Canto Praia Grande, iniciando como Mesário e Juiz Auxiliar em torneios, permitindo assim, analisarmos sua disponibilidade em viagem nos fins de semana, interesse na colaboração, conhecimento básico de canto, para depois fazer o curso de Juiz de Canto Curió Praia Grande.


CC&T - Quais as últimas considerações que você, considerado por renomados curiozeiros como o Mestre dos Mestres, gostaria de dizer para os nossos leitores curiozeiros ?


Olívio – Primeiramente quero agradecer a oportunidade em poder participar do Blog Curió Clássico & Torneios, o mais visitado e atualizado, onde os curiozeiros encontram tudo sobre torneios, notícias, Ibama \Sispass, criadores e muito mais.


É importante lembrar aos participantes de torneios, a necessidade de ser cadastrados no Ibama \ Sispass, com pássaros devidamente registrados, acompanhado da Licença de Transporte ou Nota Fiscal, para evitar aborrecimento quando fiscalizado pelo Ibama ou policia florestal.


Quero dar parabéns a meu grande amigo Antonio José Pêcego, pelo excelente trabalho e dedicação aos curiozeiros através deste Blog, pelo Tri Campeonato Brasileiro consecutivo, pelo lançamento do CD Maruc e por tê-lo como amigo e companheiro de torneios.


Aos leitores deste Blog, me coloco a inteira disposição para qualquer dúvida ou informação, através do e-mail curioanadias@globo.com ou pelo site http://www.curioanadias.com.br/


Olivio Nishiura –SP - Fones:- (11) 5061 8317 \ (11) 9898 7776



sábado, 11 de julho de 2009

CRIADOUROS E/OU CRIATÓRIOS ?


Prezados leitores,

Criadouro e/ou criatórios, tanto faz, há quem use uma denominação, assim como há quem se utilize da outra, mas o que importa é que ambos se destinam, no nosso caso, há realizar um importante e nobre trabalho de preservação do passeriforme curió ("amigo do homem" na língua tupi guarani) ou avinhado, com muitos deles complementando a criação desse espécime, com um exaustivo e brilhante trabalho de vetorização e encartamento do canto Praia Grande Clássico.

O trabalho de preservação, criação e apuração genética do curió se realiza há décadas, havendo grandes estudiosos do assunto.


Em se falando de genética, não podemos deixar de mencionarmos alguns fatos concretos para reflexão, notadamente na seara do canto Praia Grande Clássico:


1) - Um criadouro comercial com a criação voltada especialmente para o canto acima há décadas, desenvolvendo um trabalho de apuração genética, vendeu um filhote recém desmamado, mas vetorizado de berço no canto Praia Grande Clássico para o Nordeste, onde o adquirente pretendia encartar o canto regional que é muito apreciado na localidade, tendo feito todo um trabalho minucioso nesse sentido, contudo, apesar de seus esforços, a natureza foi mais forte, uma vez que o filhote quando soltou o canto cantava um Praia Grande, o antigo liso, com ausência da nota samaritá, mas não cantava o canto da região que o adquirente desejava.


O que é isso ? É pura ocorrência inexplicável da natureza ? É um acidente de percurso ? É a comprovação de que a vetorização bem feita na fase mais importante fica registrado ? É alguma coisa inexplicável ? Ou é resultado de décadas de apuração genética e de trabalho com o canto Praia Grande Clássico, de forma que os filhotes vetorizados já passam a expressar o canto em que, digamos, geneticamente carregam o seu dialeto ?


2) - Filhote em viveiro junto com outros filhotes e/ou fêmeas, com galadores em outra divisória ao lado cantando o Praia Grande ou Regional, apresentando inúmeros defeitos de canto, quando separado, começa a marcar notas do canto Praia Grande Clássico que ouvira por meio de um falante instalado no criadouro, vindo depois a soltar o canto PGC sem qualquer detalhe ou nota estranha. Com tantas influências negativas no processo de vetorização e encartamento, como pôde esse filhote vir a encartar o canto que escutou no falante e não dos curiós ao vivo cantando no seu ouvido ? Acidente de percurso ? Genética apurada ao longo de décadas ?


3) - Dois irmãos de ninho, juntos em um viveiro cheio de outros filhotes, um sai cantando igual ao pai que canta o tempo todo ao lado um bonito canto regional, mas o outro sai cantando dando algumas notas do canto Praia Grande, como as batidas de praia, o quim quim e o samaritá que escutou o tempo todo no falante que tocava o CD, mas nenhuma nota do canto do pai. Como explicar esse fato ?


Pois é gente, é por essas e por outras, que a criação de curiós com canto voltado para o Praia Grande Clássico está vertiginosamente crescendo em todo o Brasil, de norte a sul, com criadores cada vez mais especializados em busca de qualidade genética comprovada de resultados, realizando um brilhante trabalho de preservação dessa espécie ameaçada de extinção, que se torna uma obra de arte quando o encartamento do canto desejado ocorre, seja nas mãos do criador ou posteriormente, dando prosseguimento ao trabalho do criador, nas mãos do mantenedor.


Outrora, os criadouros/criatórios eram conhecidos apenas por meio da troca de idéias e telefones entre amigos, com posteriores visitas pessoais, mas hoje em dia, com a tecnologia e a proliferação desses ornitólogos conservacionistas, temos inúmeros sites de criadouros/criatórios que estão disponíveis na internet para todo e qualquer interessado.


Sobre os criatórios e criadouros conhecidos, aproveitamos para relacionar abaixo, muitos que estão presentes no grupo virtual Curiós, Torneios e Genética (curiostorneiosegeneticas@yahoogrupos.com.br), que se dedicam exaustivamente ao nobre trabalho de criação, vetorização e encartamento do canto Praia Grande Clássico em vários Estados desse nosso imenso Brasil, para vc que não os conhece ou ainda que já ouviu falar, mas não teve oportunidade de fazer uma visita pessoal, pelo menos passará a fazê-la virtualmente.













Forte abraço e até uma outra oportunidade.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM PASSERIFORMES


AVANÇOS NA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL NOS PÁSSAROS


Alfonso Babra Garcia - Espanha


INTRODUÇÃO


Há alguns anos publiquei um trabalho sobre o mesmo tema, baseando me em provas experimentais efetuadas no meu aviário e em informações recebidas sobre a mesma prática realizada habitualmente com uma alta taxa de êxito pelos japoneses de Osaka, em importantes instalações habilitadas e dedicadas à reproduções e criação "industrializada" de canários, a maioria dos quais eram exportados para os Estados Unidos. Naquela ocasião os resultados foram muito pobres e, inclusive, não consegui a diluição do líquido seminal, pelo que foi uma rnera prova de que com escassos meios era possível a inseminação artificial em pássaros de gaiola. Como nesta temporada de reprodução eu tentei e consegui a inseminação com dois lotes de três fêmeas cada um, com sémem já diluído e que não perdeu seu poder fertilizante, eu passo a divulgar este tema que, embora não sendo ainda uma prática importante na ornitologia amadora, aponta para um futuro não muito distante possibilidades práticas e positivas diz o Dr Sanchez Algaba que "dentro do campo da reprodução animal, um dos temas que cobram dia-a-dia maior importância e difusão e, sem sombra de dúvida, a inseminação artificial, pois sendo uma ciência relativamente jovem, se tem extendido por todos os países do mundo devido às vantagens que representa, desde três planos fundamentais:

- Econômico, Sanitário e Genético".

Penso que usando de uma terminologia muito concreta, a Inseminação Artificial nos Pássaros, não é outra coisa que uma manobra consistente na obtenção, diluição e introdução de líquido seminal no aparelho genital da fémea, medianteo emprego de instrumentos e técnicas não naturais, que envolvem uma série de manipulações relativamente complexas que vão desde o recolhimento do sêmem até suaaplicação no interiorda cloaca da fêmea. Entre as vantagens de Inseminação Artificial em uma utâpica ornitologiadetutum, cabe desta caras seguintes.

1 - Eliminar grande número de doenças infecciosas, que se trasmitem no ato do acasalamento.

2 - Evitar a necessidade de alojar, cuidar e alimentar um elevado número de machos, possuindo em seu lugar um número superior de fêmeas.

3 - Permitir a fecundação de fêmeas, separadas por distâncias relativamente apreciáveis. Com sêmem capaz de melhorar ou introduzir novos caracteres nas linhagens de criação.

4 - Usar sêmem de machos de Raças e Variedades de Pássaros, dos que exista, um limitado número de exemplares


MATERIAL E MÉTODOS


É evidente que para conseguir êxito na prática da inseminação artificial em pássaros, é imprescindível possuir a garantia absoluta de que o macho do qual se vai extrair o sêmem é fértil, que não é portador de doençça infecciosa, que não transmita malformações congênitas, nem transtor nos no comportamento animal.

Necessariamente deve usar-se como sujeito "doadores" machos adultos com no mínimo dois anos de vida, que tenham demonstrado em ciclos anteriores de reprodução natural sua capacidade fecundante e uma descendência sanítariamente correta sem taras físicas. A fertilidade de um pássaro, com a de outro qualquer animal, esta motivada por uma cadeiade influências ambientais, sanitárias, alimentícias, de manejo etc. E a qualidade do sêmem por contagem de espermatozóides sofre influência do repouso ou atividade sexual a que se tem submetido o macho. A capacidade fertilizante do sêmem está motivada em função da morfologia, quantidade e mobilidade dos espermatozóides.


COLHEITA DE SÉMEM

Esta manobra requer ser efetuada por duas pessoas, devido a sua relativa complexidade, já que consideramos esta operação como um ponto primordial dentro do processo geral da Inseminação Artificial. Se utilizará um macho excitado sexualmente, colocado em uma gaiola isolado, desde que possa observar a presença próxima da fêmea em cio. Com a maxima hígiene possível, para evitar qualquer risco de contaminação seminal, coloca seo macho em posição decúbito supino, o que permitirá estimular-lhe mediante a ação de uma suave massagem digital de baixo do ventre chegando até o órgão copulador, atuando sempre no sentido unico na direção do esterno para a cloaca.

Quando se observar que a ejaculaçao está próxima, se empurra a cauda para adiante para consegura emissão do sêmem, que aparece como uma pequena gota de líquido algo gelatinoso.

Se recolhe rapidamente com um pequeno tubo de vidro ou um porta objeto de microscópio que esse tem em total estado de esterelização.

Este mecanismo é complicado e laborioso, reconriendando-se que o macho tenha sido previamente habituado a estar imobilizado na mão e ao contato digital no ventre já que em caso contrário torna-se muito difícil consguir a ejaculação.


DILUIÇÃO E DURAÇÃO DO SÉMEN


Aparece entao a dificuldade da manipulação da pequena quantidade de sêmem obtido, já que se deve atuar com rapidez. As soluções salinas não sao apropriadas para sua diluição e conservação. Os melhores resultados se obtêm com soluções de açucares simples como a glicose, a frutose e o manitol, dissolvidos a 5% usando como veículo água previamento fervida e mantida a 4 graus centígrados; com isto temos conseguido:

a) aumentar a quantidade do Iíquido fertilizante a 1cc;
b) chegar a manter sou poder fertilizante:

c) controlar e diminuir a viscosidade dos sêmens, facilitando a penetracão dos espermatozúides no oviduto.

Estamos convencidos de que contando com os meios idôneos próprios de um Laboratório ou Centro especializado, há de ser possível congelar e manter adequadamente o sêmen de pássaros, como se faz atualmente com o de aves domésticas de uso alimentar humano, já que se congela a temperaturas de menos 35 graus centígrados para arrnazenarlos e transportá-los posteriormente em nitrogênio liquido a menos 196 graus centígrados.


MANOBRA DA INSEMINAÇÃO


É uma pratica que requer normalmente a intervenção de duas pessoas, uma que atuaman tendo a fêmea em posição de decúbito supino, isto é, como ventre para cima. Só se deve manipular fêmea em cio com dilatação abdominal, que se chegue a presumir a postura de ovos em um prazo aproximado de saio dias depois da inseminação.
A manobra a realizar consiste em efetuar uma suave pressão digital no baixo ventre na zona próxima à cloaca, como que se consegue um prolapso parcial desta, momento em que, com uma pipeta de 0,1cc, se insere uma quantidade aproximada de 0,02 ml ou mais da diluição seminal.

Em seguida se suprime a pressão na região citada, com o que a cloaca se fecha e volta à posição normal, momento em que se coloca a fêmea na gaiola de criação.

Para realização destas práticas, sem dispor de meios sofisticados, temos empregado fêmeas já tenham efetuado a primeira postura e fêmeas adultas de dois anos de vida; os resultados são parecidos com ambos lotes.


CONCLUSÕES


Atuando de forma rudimentar que acabamos de descrever temos conseguido inseminar dois lotes de três fêmeas de canário, com o semen de uma só ejaculação, obtendo uma média de 2 a 3 ovos fecundados na maioria das fêmeas, com um resultado negativo reiterado com uma mesma fêmea em três ocasiões.

As fêmeas têm construído seus ninhos normalmento, têm realizado postura de 4 a 5 ovos, têm incubado perfeitamente, os embriões eclodem e os filhotes tem sido alimentados e desenvolvem se com toda normalidade.

Não temos conseguido a ejaculação, apesar de reiteradas tentetivas, com um macho de Pintassilgo da Venuzuela, o que atribuímos à sua resintência em permanecer seguro pela mão.

É portanto possível a realização da inseminação artificial em pássaros de gaiola, se bem que consideramos uma utopia para o momento a implantação deste método em criadouros amadores. Deve ser positivo se realiza em instalações "industrializadas" como as que temos referências que existem no Japão, confirmação que tentaremos realizar através da AIO

- AMICALE INTERNATIONALE ORNITHOLOGIQUE, mediante a colaboração do nosso colega nesse país.

Por tudo isto nos atrevemos a postular de que em um futura não muito distante, se possa e se empregue o plasma germinal de pássaros, inclusive com fins ecológicos em espécies em vias de extinção ou para facilitar a difusão de Mutações, especialmente as de herança ligada ao sexo.

BIBLIOGRAFIA

Dr. Pedro SANCHEZ - ALGABA GIL - Veterinário - Tesis

Doctoral - publicada por C.S.l.C. e outras observações Manuscritas especialmente para o autor.

MERCK Sharp & Dhone Intercontinental - New Jersey -USA


FONTE: http://aviarioangelcabrera.com/articulos/inseminacionartificial.htm

sábado, 4 de julho de 2009

ENCARTAMENTO: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES !


Prezados,



Temos observado que há muitas dúvidas sobre o melhor manejo a ser utilizado no encarte do canto praia grande clássico nos filhotes de curiós, daí, embora não haja nenhuma fórmula matemática, há alguns cuidados ou diligências básicas que deveremos observar de forma a viabilizar uma maior chance de sucesso.



Há quem já tenha utilizado cabines acústicas com amplo sucesso, assim como os que, diante do insucesso, nem querem ouvir falar nelas, reclamando, como qualquer outro, uma manejo apropriado.



Há aqueles que deixam o pardo encapado o tempo todo, sob um dos fundamentos de que irá ouvir mais do que escutar e que há possibilidades de vir mais educado em seu canto que do contrário, sendo que muitos curiozeiros tem tido sucesso com esse procedimento.



Outros, deixam os pardos na cara um do outro até a muda de ninho ou mesmo até começarem a marcar notas, individualizados em gaiolas separadas ou em voadeiras com uma ninhada ou mais no mesmo ambiente. Resultado, em regra, não cantam e escutam mais o canto desejado, separando-os após a muda de ninho, ou então quando um ou outro começar a marcar notas, deixando-os, após esse manejo inicial, que se desenvolvam sozinhos, sendo essa metodologia antiga.



Alguns curiozeiros se utilizam de Mestres cantando ao vivo para os filhotes, sendo depois que começam a marcar notas os deixam somente com o CD. Outros utilizam os Mestres cantando por longo tempo, até mesmo por meses até o filhote mostrar que esta querendo soltar o canto, mas particularmente não adotamos este último procedimento.



Há ainda, os que deixam isolados os filhotes de forma individual, não permitindo que um escute o outro em hipótese alguma (sustentam renomados curiozeiros, com base em suposto estudo da USP, que o curió ouve 6 x mais do que o homem), ficando só no CD e sem capa, tirando para fora eventualmente para acompanhar a sua evolução e sentir qual o melhor manejo que deve fazer em face da fase em que ele se encontra e o que está apresentando, até mesmo para ter que encapá-lo, ainda que em meia capa.



Bom, e por aí vai. O que podemos afirmar é que há registro de sucesso em todo e qualquer desses manejos, cabendo ao iniciante escolher aquele que melhor se adapta a sua realidade e do (s)filhote (s), mas o mais importante disso tudo é que o mantenedor tenha a sensibilidade necessária para sentir o que o filhote está pedindo em termos de manejo e eventualmente CD.



Se o pardo sai gritando, em regra há poucas possibilidades de encarte, mas há notícias de muitos que mesmo assim encartaram, cabendo ao mantenedor observar para detectar esse problema, travando, se for o caso, o filhote para se educar no canto, sendo utilizadas como expediente para essa manobra as cabines acústicas ou o encapamento da gaiola, deixando-a com o pardo em local mais tranquilo e de luminosidade amena até demonstrar estar mais educado no canto.



Por outro lado, o ideal é que se toque o CD que o filhote ouviu desde que nasceu, para se dar continuidade aos ensinamentos, contudo, dependendo da genética, há pardos que reclamam mudanças que só a experiência hodierna irá lhe mostrar qual deve ser operada, cabendo ao mantenedor desenvolver a sua capacidade de atenção e mudanças, porque efetivamente é o curió que pede qual o manejo mais apropriado.


Muitas vezes o que é bom para determinada fase, não o é para outra, o que é para um curió, não o é para outro, sendo que o mercado nos dias atuais nos viabiliza um grande diversidade de cantos praia grande clássico da linha Ana Dias, uma vez que é aquela que é reconhecida pela Federação Brasileira de Criadores de Pássaros - FEBRAPS por meio de seu Regulamento, embora saibamos que há na totalidade três linhas desse canto, incluindo a supracitada, também há do Curió Patrício e do Curió Xodó que apresentam algumas características próprias na colocação de notas.



No que tange à utilização de Mestre ao vivo, particularmente, em face da pouca experiência hodierna que já acumulamos, entendemos que é fundamental nos primeiros 20 a 30 dias após o desmame, na impossibilidade do filhote ouvi-lo desde o nascimento, o que seria ideal. Assim, acreditamos que até os 65 dias de vida ou mesmo até quando começar a marcar notas é que devemos utilizar o Mestre, ficando depois somente no CD, afinal nessa fase em que o filhote está churriando ele vai aprender o necessário para se desenvolver depois, ou seja, o dialeto básico que se pretende encartar.



No nosso entendimento, é providencial que o mantenedor acompanhe as aulas para retirar o Mestre de cena quando querer relaxar no canto, afinal não é nenhuma máquina e há momentos em que pode querer relaxar, não mais cantando firme, assim como entendemos ser mais proveitosa as aulas ministradas em doses homeopáticas, ou seja, umas duas ou três vezes no dia, pelo tempo máximo de 30 minutos, ou então, como disse, quando o mestre não querer mais cantar firme, podendo ser mais ou menos que o tempo acima.



Por outro lado, o volume em que deve ser tocado o falante do CD, particularmente entendemos que deve ser em volume baixo e compatível com o ambiente em que se encontra o filhote ou filhotes, havendo resultados positivos, inclusive em quem toca em volume alto, mas majoritariamente se toca em volume compatível com o ambiente em que o curió está, sempre visando que o som saia baixo ou relativamente baixo, sendo que o Mestre Olívio Nishiura recomenda que seja 1/3 do que cantaria um curió no ambiente, embora, como já dito, há resultados positivos com a tomada de posições diversas, ou seja, mais baixo ou mais alto o volume do som.



Sobre o local do falante, embora haja manejos que colocam em local alto, e muitos com ele direcionado para a gaiola com resultados positivos, temos verificado um maior sucesso quando utilizado com o som saindo para o sentido contrário em que se encontra a gaiola, em ambiente acústico, com, digamos, móveis do tipo cortina, sofás, tapetes e estantes que regularmente temos no doméstico, bem como com o falante há uns 50 cm no máximo do chão até no máximo uns dois metros da gaiola, afinal o som se propaga de baixo para cima, de forma que chega ao nível da gaiola já amortecido ou filtrado pelos móveis.



Salientamos por último, nessa seara acima, que há quem utilize com sucesso os falantes em outro ambiente diverso do que se encontra a gaiola, contudo entendemos que seria mais recomendável esse manejo se o ambiente em que a gaiola fica não goza da acústica pretendida, devendo o som nesse caso ficar em volume compatível com o ambiente, como anteriormente dito, todavia, é apenas mais uma opção para o mantenedor que pode vir a ter sucesso também, como muitos já obtiveram.



Dada essa pincelada rápida no assunto acima que é por demais complexo e reclama fácil um ou mais capítulos de um livro, salientamos que entendemos ser fundamental que conheça as instalações do criador e o manejo que realiza, sendo recomendável adquirir filhotes de criador que tenha a sua criação voltada para o canto desejado.



Na impossibilidade de comparecer pessoalmente às instalações do criador, consulte-se com outros curiozeiros que tenham conhecimento, ou seja, colha referências sobre a idoneidade do criador e o seu trabalho, adquirindo, de preferência, filhotes de genética de resultados comprovados, o que aumenta a chance de sucesso, mas não o assegura, uma vez que está mais do que provado que muitos dos desconhecidos, geneticamente falando, encartam o canto desejado e eventualmente se tornam campeões em torneios.



Desculpem-me a longa postagem, mas por aí dá para sentir que o assunto é por demais extenso e complexo que a limitação deste espaço não permite o seu completo enfrentamento.



Espero ter colaborado com a dúvida de muitos e sucesso !!!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

CANTO E/OU CANTADA ?


Olá, eventualmente temos notado que alguns curiozeiros têm dificuldade de entender qual a distinção entre canto e cantada, por isso iremos procurar colaborar expondo o nosso entendimento com base no próprio, e em vigência, Regulamento 2008 da FEBRAPS.


Dispõe o citado Regulamento:



"2.1.4 – Canto:
2.1.4.1 - Corresponde ao número de cantos completos ou “repetição” que o curió emite em uma cantada.
2.1.5 Cantada:
2.1.5.1 - Corresponde a todas as vezes que o curió inicia e termina uma cantoria com ou sem repetição durante sua apresentação.


Exemplo:
- Se um curió durante a sua apresentação emitir somente duas cantadas de 5 (cinco) cantos, ou seja, 5 (cinco) repetições, ele emitiu um total de 10 (dez) cantos.
...

- Obs.: Durante a sua participação, deverá emitir no mínimo 2 (duas) cantadas completas."


Canto completo, no caso no Praia Grande Clássico, é aquele em que o curió emite a entrada longa ou primeiro canto (Ti Tuí, Té Té, Quim Quim Tói, Té Té, Tué (á), Tué (á), Tué (a) ) e mais um ou mais módulo (s) de repetição (Quim Quim, Té Té, Uil Uil, Té Té, Quim Quim Tói, Té Té, Tué, Tué, Tué).


Uma cantada, portanto, pode ser composta de um ou mais cantos completos ou incompletos, quando o curió corta o canto antes de arrematar o módulo de repetição com as batidas de praia (Tué, Tué, Tué ou Tuá, Tuá, Tuá).


Entretanto, nos torneios de canto individual, para não ser colocar fora de prova, deverá emitir ao menos, durante a sua apresentação na estaca, duas cantadas completas, ainda que seja cada uma de um samaritá (Ti Tuí, Té Té, Quim Quim Tói, Té Té, Tué, Tué, Tué, Quim Quim, Té Té, Uil Uil, Té Té, Quim Quim Tói, Té Té, Tué, Tué, Tué).


Aproveitamos para salientar que muitos contam o número de cantos de um curió em função das vezes em que apresenta as batidas de praia (Tué, Tué, Tué), o que é até mais fácil. Assim, no exemplo acima, o curió, para esses, teria dado dois cantos (entrada longa ou primeiro canto e o módulo de repetição).


Para outros, os cantos se contam nos samaritás (Uil Uil), o que faz com que na cantada acima tivesse sido emitido apenas um samaritá, sendo que a repetição do "módulo de repetição" (Quim Quim, Té Té, Uil Uil, Té Té, Quim Quim Tói, Té Té, Tué, Tué, Tué) faz com com que aumente o número de samaritás emitidos respectivamente.


Há ainda os que contam os cantos pelo número de samaritás também, mas neste caso contam em duplicidade, ou seja, para cada samaritá emitido haveria dois cantos. Nessa linha, que é minoritária, mas existente, no exemplo inicial nós teríamos para uma cantada de um samaritá, dois cantos, para de dois, quatro cantos, para de três, seis cantos e por aí vai.


Por fim, nos termos do Regulamento da FEBRAPS, o número de cantos existentes numa cantada se contam nos Quim Quim's, sendo que para um curió ser considerado repetidor, terá que emitir em sua apresentação na estaca o mínimo de duas cantadas de nove Quim Quim's, que é a mesma coisa que quatro samaritás ou cinco cantos (aqui considerado, como explicado acima, a entrada longa ou primeiro canto e cada módulo de repetição como mais um canto).


O assunto é um pouco complexo, contudo espero ter me feito claro o suficiente para aclarar eventuais dúvidas dos meus caros leitores e amigos, na esperança de estar contribuindo para um melhor conhecimento desse maravilhoso canto praia grande clássico.


Até uma outra oportunidade !